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ANÁLISE
Candidatura deve atrair apoio do PFL
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao entrar na sucessão paulistana, após driblar por meses seus
próprios aliados com negativas,
Serra desarruma o quadro eleitoral e deve provocar uma nova onda de negociações por mais tempo no horário eleitoral na TV.
Sua admissão significará também uma certa federalização da
disputa, considerando que o tucano pretende continuar a fustigar
Lula a fim de se manter como
contraponto ao presidente da República no imaginário social.
De imediato, sua posição deverá
ocasionar o abandono, ainda na
fase uterina, da candidatura do
deputado federal José Aristodemo Pinotti pelo PFL.
O partido do senador Jorge Bornhausen deve apoiar o tucano em
troca de uma composição entre as
duas legendas no Rio em torno do
prefeito pefelista Cesar Maia.
A ligação dobrará o tempo de
TV do tucanato em SP, que ultrapassará o que estaria disponível
hoje para Marta Suplicy na TV
(veja quadro acima).
Se não quiser ficar para trás no
vídeo, a prefeita terá de investir
novamente sobre o PMDB, partido que lançou Michel Temer unicamente porque a prefeita -pensando na sucessão estadual de
2006- recusa-se a entregar a vice
de sua chapa a um aliado do ex-governador Orestes Quércia (SP).
Marta acredita que Lula, se quiser, pode dobrar o PMDB, entregando-lhe mais postos na máquina federal. O partido, porém, deve
insistir na vice. Ainda há um outro agravante há ser considerado:
Temer é "serrista" de longa data.
Para os petistas, se ele continuar
na disputa municipal, há o risco
de acabar atuando como linha-auxiliar do tucano contra Marta.
A ex-prefeita Luiza Erundina
também deverá sofrer uma grande pressão para desistir. O governo Lula, que emprega um ministro do PSB nacional em sua Esplanada, vai tentar forçar a retirada
da candidatura da ex-petista. Ainda mais depois que Erundina
anunciou que, fora de um eventual segundo turno, prefere
apoiar o PSDB ao PT de Marta.
A médio prazo, a candidatura
Serra deverá provocar um outro
efeito, com repercussão mais interna: a submersão de Geraldo
Alckmin da corrida eleitoral.
Alckmin, que ensaiava colocar
seu peso político no palanque para tentar eleger um secretário desconhecido do eleitorado, está
mais aliviado e deverá ficar em
seu canto, nos Bandeirantes. No
máximo, deve aparecer em um ou
outro programa, sem grandes
consequências. Não será o alvo
dos ataques dos adversários e, no
caso de uma eventual derrota de
Serra, não arcará com o seu ônus,
preservando-se para 2006.
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