São Paulo, terça-feira, 11 de maio de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ELEIÇÕES 2004

Ex-prefeito, que deve ser candidato em SP, irá se explicar a deputados

Maluf reage, e presidente do PP recua de propor suspensão

FERNANDO RODRIGUES
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Paulo Maluf reagiu ontem para evitar que sua suspensão do PP (Partido Progressista) seja votada amanhã. Negociou com o partido e deve comparecer hoje a uma reunião da bancada de 53 deputados da sigla, em Brasília, para dar explicações sobre a suspeita de que ele seja titular de contas no exterior -informação que o ex-prefeito sempre negou.
No domingo, o presidente nacional do PP, deputado Pedro Corrêa (PE), havia afirmado à Folha que colocaria em votação nesta quarta-feira um pedido de suspensão de filiação de Maluf. Suspenso, Maluf não pode concorrer neste ano a prefeito de São Paulo.
Pressionado por integrantes do PP, Corrêa recuou na tarde de ontem. "Antes do debate na Executiva Nacional, seria precipitado qualquer comentário sobre o tema", disse em nota oficial.
O pedido de suspensão de Maluf seria apresentado amanhã, segundo Corrêa, pelo líder do PP na Câmara, Pedro Henry (MT), e pelo deputado federal Celso Russomano (SP). Os dois negam ter autorizado o presidente da sigla a falar sobre esse assunto.
Henry disse não pretender apresentar o pedido de suspensão de Maluf amanhã. Já Celso Russomano, que está em Washington (EUA), disse: "Não estarei aí e não posso apresentar o pedido de suspensão. Mas acho que ele [Paulo Maluf] deveria se afastar do partido temporariamente, para que uma comissão apurasse o que aconteceu". Russomano também deseja concorrer pelo PP à Prefeitura de São Paulo.
Na realidade, segundo a Folha apurou, a ala anti-Maluf do PP acredita que é melhor negociar alguma alternativa ao ex-prefeito na disputa paulistana antes de inviabilizá-lo como candidato.
Ontem já foram estabelecidos contatos do PP com PMDB, PSDB e PDT. Todas essas siglas têm interesse em fazer algum tipo de coligação com o PP paulistano.
O mais provável é que o PP não tome alguma decisão contra Maluf no curto prazo. A ala anti-Maluf pode preferir manter o ex-prefeito como uma moeda de troca para uma eventual aliança eleitoral futura. Nesse caso, a legenda seria negada ao ex-prefeito apenas quando o partido já soubesse qual rumo tomar.
Maluf disse ontem não haver "razão jurídica nem política" para inviabilizá-lo no partido.


Texto Anterior: Análise: Candidatura deve atrair apoio do PFL
Próximo Texto: Ministério Público dá ultimato para Prefeitura de SP
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.