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CAMPO MINADO
Grupo contraria MST nacional e invade Incra
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Sem seguir orientação da coordenação nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra), cerca de 300 trabalhadores rurais invadiram na madrugada de ontem, em Brasília, o
prédio da sede nacional do Incra
(Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Foi a primeira ação nesses moldes no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Eles deixaram o local por volta
das 15h, após negociação com a
Ouvidoria Agrária Nacional. Hoje
devem entregar uma pauta por
escrito para retomar o diálogo.
Enquanto isso, permanecem no
estacionamento do órgão.
Os trabalhadores rurais, entre
acampados e assentados da região de Buritis (noroeste de MG, a
cerca de 230 km de Brasília), pedem a renegociação de suas dívidas, crédito para este ano, infra-estrutura em seus assentamentos
e a reestruturação do Incra, cujos
funcionários estão em greve.
A invasão ocorreu por volta das
4h. Metade dos agricultores ficou
na entrada. Os demais tomaram
os corredores dos últimos cinco
andares do prédio. O 18º, onde
trabalha o presidente da autarquia, Rolf Hackbart, também foi
ocupado. Ele não foi ao local
-estava no Ministério do Desenvolvimento Agrário, disse sua assessoria. Segundo nota do Incra,
não havia "justificativa" para a
ação, pois o órgão "tem trabalhado para cumprir todas as metas"
do novo PNRA (Plano Nacional
de Reforma Agrária).
Pela manhã, em nota, a direção
do MST no Distrito Federal informou que a ação partiu de um
"grupo isolado" que "não se submete ao método de trabalho coletivo e de organicidade do MST".
Às vésperas do "abril vermelho",
o MST afirmara que suas ações
poupariam os prédios públicos. O
líder da invasão, Álvaro Alves Alcântara Júnior, 42, disse: "Nós
não reconhecemos essa nota".
(EDUARDO SCOLESE)
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