São Paulo, terça-feira, 11 de maio de 2004

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CAMPO MINADO

Áreas invadidas "estão abandonadas", diz MST

Sem-terra invadem fazendas em MT e ameaçam fazer greve de fome no RS

DA AGÊNCIA FOLHA

Ao menos 2.000 sem-terra invadiram ontem às 6h duas fazendas em Nova Olímpia (207 km de Cuiabá), em Mato Grosso, segundo o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
A coordenação do movimento disse que as propriedades rurais invadidas "estão abandonadas". A Polícia Civil não registrou as invasões e não soube informar os nomes de seus proprietários. Em greve, o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) não informou se as terras são produtivas ou não.
Amanhã, integrantes do MST e do MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores) devem iniciar uma greve de fome, em Porto Alegre (RS), como protesto contra a falta de solução para os 950 acampados na fazenda Guerra, em Coqueiro do Sul (RS).
Os grevistas (cinco ou sete) ficarão no prédio de um órgão público. Os nomes dos manifestantes e o local do protesto ainda não foram definidos. O coordenador regional do MST Mário Lill e o frei Wilson Zanatta devem ser dois participantes da greve de fome.

São Paulo
No final de semana, quatro propriedades rurais foram invadidas por sem-terra ligados ao MST ou ao Mast (Movimento dos Agricultores Sem Terra) no interior de São Paulo. Dois grupos de agricultores sem-terra liderados pelo Mast fizeram movimentações no final de semana no Pontal do Paranapanema, foco de conflito agrário no Estado, mas não chegaram a invadir novas áreas.
Segundo informações do Itesp (Fundação Instituto de Terras de São Paulo), o Mast invadiu as fazendas Fortaleza, em Piquerobi (615 km a oeste de São Paulo), no Pontal do Paranapanema, e São Bernardo, em José Bonifácio (482 km a noroeste de São Paulo).
A coordenação estadual do MST disse que 250 famílias invadiram no sábado a fazenda Policom, no km 64 da rodovia Castelo Branco, no município de Itu (103 km a noroeste de São Paulo).
De acordo com integrantes do MST, a propriedade pertence ao espólio da família Barros, que teria oferecido a venda da fazenda para o Incra.
Procurada, a superintendência do órgão no Estado não respondeu ao pedido de informação sobre a situação fundiária das propriedades invadidas.
O MST confirmou também a invasão da fazenda Santo Antônio, em Avaré (262 km a oeste de SP).
Ontem, 200 famílias de agricultores ligadas ao MST desocuparam uma área de 15 mil hectares, no Ceará, destinada à construção do Projeto de Irrigação Tabuleiro de Russas. Os agricultores, que estavam no local desde 26 de abril, estão acampados agora em uma área próxima. O projeto de irrigação no Estado será destinado a empresas escolhidas em processo de licitação pública.


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