|
Texto Anterior | Índice
TODA MÍDIA
Alcoolismo
NELSON DE SÁ
Governo e petistas não erram no que vêm dizendo sobre a reportagem de Larry Rohter
no "New York Times".
Não havia, até então, uma
"preocupação nacional" com o
hábito de beber do presidente. As
três "fontes" citadas pela reportagem não têm crédito.
E foi o trabalho de um repórter
em atropelo a outro, do mesmo
"NYT" mas vencedor do Pulitzer,
que prepara ou preparava capa
sobre Lula para a prestigiosa revista do jornal.
A linguagem usada denuncia
desejo de humilhação, o que já vinha ocorrendo nos adjetivos de
Mangabeira Unger, no desprezo
de Jô Soares pela entrevista com o
presidente etc.
É uma volta "aos velhos tempos
de acusações preconceituosas",
que remete ao episódio de 89, em
que os mesmos colloridos diziam
que Lula teria sugerido a uma namorada que abortasse, e a vários
outros.
Para fechar, o "NYT" não fez o
mesmo com a vida pessoal de
Collor nem com a de FHC, embora não faltassem "fontes" para
tanto.
Até aí, bons argumentos. Mas
então vem Luiz Gushiken, ministro e sobretudo amigo de Lula, e
diz à Globo que "o presidente não
vai mudar o comportamento por
causa da reportagem".
Alcoolismo, ainda que apenas
uma sombra, uma desconfiança,
até uma calúnia, não é assunto para tratar com tapas nas costas e estímulo.
Maluf no ar
Paulo Maluf já está com comerciais na TV. E fala grosso contra
os promotores, por exemplo, ontem na Jovem Pan:
- Que me processem, em vez
de ficar mostrando documentos à
imprensa. Documentos a que
meus advogados não têm acesso.
Pela primeira vez, citou José
Serra como fonte das denúncias.
Serra x FHC
"O Globo" deu que "Serra vê o
dedo de FHC, através de Nizan
Guanaes, na concepção da campanha petista". O esforço de opor
Lula e o ex-presidente, na campanha, seria um modo de tirar Serra
do páreo presidencial.
Soldados no Rio
A Globo passou os últimos dias
comemorando a confirmação ou
quase da ação militar no Rio. O
Fantástico cobriu com "exclusividade" o treinamento das tropas
-e o Jornal Nacional de ontem
detalhou exaustivamente como
devem ser as operações.
Soldados no Haiti
Os argentinos "La Nacion" e
"Clarín" noticiaram ontem o envio de tropas argentinas ao Haiti,
num "gesto para George W.
Bush", e a viagem do ministro da
Defesa ao Brasil.
A "coordenação militar" no
Haiti, segundo os jornais, será "do
Mercosul".
México e Mercosul
O mexicano "El Diario" destacou que o Brasil prepara proposta
comercial para discutir com o
presidente mexicano Vicente Fox
na próxima reunião do Mercosul,
daqui a três semanas, e formalizar
a entrada do país do norte no bloco sul-americano.
Amorim no Cairo
O site Arabic News e outros no
Oriente Médio noticiaram no fim
de semana a confirmação pelo
chanceler Celso Amorim, em entrevista no Cairo (Egito), do encontro entre países sul-americanos e árabes, marcado para dezembro no Brasil.
França contra
Foi manchete no "Financial Times", destaque noticioso no "Le Monde" -e as agências Bloomberg, Reuters,
Associated Press, France Presse e até a Globo saíram correndo atrás, logo pela manhã:
- União Européia propõe retirada de subsídios agrícolas.
Mas o governo Lula desde logo, como noticiou a BBC,
demonstrou "ceticismo", apesar da flagrante vitória política do anúncio da UE.
E não demorou para a França jogar água no entusiasmo geral, dizendo, segundo a France Presse, que a iniciativa "excede o mandato de negociação da comissão" de
agricultura da UE, nas palavras do ministro francês de
agricultura, que acrescentou:
- Nós somos muito contra o conteúdo da carta (da
comissão).
Um consultor ouvido pela Bloomberg declarou que a
oposição francesa "pode ser suficiente para acabar com
os esforços da UE para mostrar flexibilidade".
Enquanto isso, lá em Paris, o líder sem-terra João Pedro Stedile participava de evento ao lado de José Bové, o
líder dos muito protegidos e subsidiados agricultores
franceses.
Alexandre Garcia, na Globo, observou que o sem-terra,
em vez de detonar o governo Lula, deveria ter argumentado com seu colega francês.
Rede Record/Reprodução
|
|
LULA E A TV Segundo a revista "Época", o presidente "não está gostando nem um pouco do baixo nível de alguns programas de TV, principalmente daqueles que exploram a violência e a sexualidade" (acima, cena do Cidade Alerta de ontem). O ministro Luiz Gushiken vai "chamar os donos de duas emissoras" para tratar do assunto.
Texto Anterior: Questão indígena: Índios ocupam a sede da Funai em Roraima Índice
|