São Paulo, quarta-feira, 11 de maio de 2005

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Família de engenheiro entrega carta à cúpula

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério das Relações Exteriores distribuiu ontem, a pedido da família do engenheiro João José de Vasconcellos Jr, uma carta a 11 delegações estrangeiras participantes da Cúpula América do Sul-Países Árabes pedindo "notícias concretas e reais" sobre o brasileiro seqüestrado no dia 19 de janeiro no Iraque. Ironicamente, a carta serve como ressalva aos esforços do próprio Itamaraty, que desde o desaparecimento do engenheiro empreende esforços para negociar sua libertação.
"Em nome da amizade entre nossos povos fazemos um forte apelo pela colaboração do seu país, para que tenhamos notícias concretas e reais a respeito deste nosso ente tão querido", diz um trecho da carta distribuída.
O documento, de seis parágrafos e com a data de segunda-feira, foi entregue aos representantes da Arábia Saudita, Qatar, Emirados Árabes Unidos, Egito, Jordânia, Kuait, Omã, Síria, Autoridade Palestina e do próprio Iraque, onde Vasconcellos Jr. estaria em cativeiro, seqüestrado.
Entre as táticas para localizar o engenheiro e negociar a libertação, o Itamaraty chegou a gravar mensagem do jogador Ronaldo, apelando ao fascínio que o futebol brasileiro exerce nos iraquianos.

Notícia concreta
Na carta, a família reclama que desde o primeiro dia do desaparecimento não há "notícia concreta" sobre ele.
"Ocorrido mais de 110 dias depois de seu seqüestro, não obtivemos até o momento qualquer tipo de notícia concreta a respeito do mesmo, fato que nos tem levado a um processo de intensa angústia e sofrimento, nos obrigando a superar nossos limites a cada dia", afirma o texto.
De acordo com a família, o seqüestro é "incompreensível", pois seria incompatível com as boas relações mantidas pelo Brasil com nações árabes. "O fato de o Brasil sempre se solidarizar com as causas árabes (...) torna este seqüestro cada dia mais incompreensível para nós", diz a carta.
Logo após o seqüestro, o governo brasileiro chegou a enviar um diplomata à região para tentar obter informações e, se possível, a liberação de Vasconcellos Jr. Também fez gestões junto ao governo Sírio para localizar o engenheiro.


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