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Negociações sobre bancos não vingaram
DA REPORTAGEM LOCAL
Ajuda para driblar a burocracia e acesso a autoridades
governamentais -essa era a
promessa feita a empresários
pelo grupo encarregado de
conseguir dinheiro "não-contabilizado" para o PT, segundo
a Folha apurou.
Os contatos mais importantes eram feitos pelo publicitário
Marcos Valério Fernandes de
Souza e pelo ex-tesoureiro do
partido Delúbio Soares.
O ex-secretário-geral do PT
Silvio Pereira declarou ao jornal "O Globo" que o partido e
Marcos Valério de Souza pretendiam arrecadar R$ 1 bilhão.
Parte do dinheiro, disse Silvio
ao jornal, estaria relacionado a
três bancos -Opportunity,
Econômico e Mercantil de Pernambuco (esses dois últimos
em liquidação extrajudicial). O
restante viria de negociações
com passivos agropecuários,
que o ex-petista não soube detalhar.
Ontem, em depoimento à
CPI dos Bingos, o ex-dirigente
petista não confirmou as informações. Disse aos senadores
que não tinha condições de diferenciar o que seria verdade e
o que seria ficção. Dirigentes petistas e
Marcos Valério negaram as
acusações.
Reuniões
Segundo a Folha apurou com
políticos, empresários e técnicos de instituições financeiras,
a versão apresentada por Silvio
ao jornal corresponde à verdade. Reuniões ocorreram entre
Marcos Valério, Delúbio e representantes dos bancos citados nos hotéis Blue Tree e na
Academia de Tênis, ambos em
Brasília.
Nos encontros foram planejadas três operações: a venda
da massa falida do Banco Mercantil de Pernambuco ao Banco Rural, a transformação da liquidação extrajudicial do Econômico em liquidação ordinária e a venda da Telemig, operadora mineira de telefonia, à
Portugal Telecom.
Embora tenham sido alvo de
tentativas ao longo de 2003 e
2004, nenhum dos negócios foi
concretizado -informação
ressaltada por Silvio Pereira na
entrevista.
Na tentativa de pressionar o
Banco Central, contrário às
operações com Mercantil e o
Econômico, petistas fomentaram a criação, no Senado, da
subcomissão de Liquidação de
Instituições Financeiras. O presidente escolhido foi o senador
mineiro Aelton Freitas, pertencente ao PL, partido da base governista e suplente do vice-presidente José Alencar. A subcomissão, que tratava de outro
banco em liquidação, o Nacional, foi criada em 2004 e prorrogada até dezembro do ano
passado.
(JL)
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