São Paulo, quinta-feira, 11 de maio de 2006 |
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SAI DAÍ, ZÉ Vaiado e chamado de ladrão, petista disse lamentar o "baixo nível" Dirceu é xingado na PUC de Minas
PAULO PEIXOTO DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE O ex-ministro José Dirceu (PT), convidado pelo Diretório Central dos Estudantes da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Minas Gerais para falar sobre "Mídia e a Crise", foi xingado e vaiado. Em coro, os estudantes o chamaram de "ladrão". Ao final do encontro de quase uma hora, um grupo de estudantes entoou: "Ei, Dirceu, vai tomar no cu". Quanto a ser chamado de "ladrão" pela maioria, ele disse, em entrevista: "Normal. Aliás não é só com coro de ladrão, agora eles me mandaram tomar no cu. Espero que vocês publiquem isso, porque mostra o nível de quem está aqui. É uma minoria. Quer dizer, pessoas autoritárias que não aceitam o debate democrático, que não escutam". Dirceu disse ser inocente e criticou os alunos. "Grande parte aqui, inclusive, é tucana, porque, quando eu falava do PSDB, eles protestavam." Segundo a PUC, 700 alunos estavam no auditório. Cartazes Na primeira manifestação de Dirceu, os estudantes deram o tom do clima. Vaiaram o ex-ministro e mostraram cartazes com dizeres como "Cretino", "Cadeia" e "Pega Ladrão". Em resposta a um aluno que disse que ele precisava olhar nos olhos da sociedade, Dirceu disse: "Eu olho nos olhos da sociedade brasileira, já olhei e já falei no plenário da Câmara. Pouca gente faz isso. Me respeite por isso, só por isso. Não é pelas minhas idéias, não". Dirceu disse que a imprensa "sempre teve lado e partido" e que "é uma ilusão" acreditar na "neutralidade e objetividade da mídia". Para ele, o tratamento dado ao governo Lula é diferente do que foi dado ao governo Fernando Henrique Cardoso. Dirceu disse que o PT "fez caixa dois, assumiu e está respondendo na Justiça", mas que outros partidos também fizeram. Citou campanhas suspeitas do PSDB de 1998 e 2002. "Considero que foi um erro nosso não ter feito uma denúncia política, não ter esclarecido a opinião pública da situação que nós encontramos o país e de tudo o que aconteceu no governo passado, inclusive nas privatizações", afirmou ele. "Se tem uma coisa que até os adversários reconhecem, inclusive os do PSDB, é que eu sou uma pessoa honesta", afirmou ele, ouvindo em seguida o coro: "Ladrão, ladrão, ladrão". Texto Anterior: Eleições 2006/Presidência: Lula autoriza exibição de cenas externas Próximo Texto: PSDB decide unificar campanhas de Serra e Alckmin em São Paulo Índice |
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