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País já importou até camelos
do enviado especial
O Brasil já chegou a importar até
mesmo camelos da África na ação
contra a seca no Nordeste. No dia
24 de julho de 1859, um barco
francês que vinha de Argel desembarcou em Fortaleza 14 camelos e
quatro argelinos, contratados para tratar os animais e ensiná-los a
trabalhar na região.
Responsáveis pela idéia, o barão
de Capanema e o poeta Gonçalves
Dias tinham sido encarregados
por d. Pedro 2º de encontrar soluções para a seca. A circulação de
mercadorias no Nordeste era feita
em lombo de burro ou em carros
de boi. Com a seca, os animais
morriam, e o comércio parava.
Mais do que o comércio, a morte
dos animais interrompia toda a ligação entre o sertão e o litoral. Capanema e Dias convenceram o governo imperial a substituir o boi e
o cavalo por camelos, animais de
carga mais resistentes à fome e à
sede. Mas os camelos não resistiram à seca do Nordeste.
"História da Comissão Científica de Exploração", livro escrito
por Renato Braga, não narra o fim
dos camelos. Mas diz que a população de Fortaleza "recebeu com
reservas" os "mouros" que acompanhavam os camelos, por causa
dos turbantes escuros que usavam
e pelo fato de serem "acirrados
inimigos públicos da fé cristã".
Há registros de 1855 de discussão sobre a transposição das águas
do rio São Francisco. Deputado
pela Província do Ceará, Marcos
Antonio de Macedo escreveu relatório contestando geógrafos que
achavam a obra inviável.
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