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REFORMA ADMINISTRATIVA
Cai dispositivo para limitar salário de servidores
Câmara derruba subteto na 1ª derrota de Luís Eduardo
LUIZA DAMÉ
da Sucursal de Brasília
O governo foi
derrotado na
primeira votação depois da
mudança do comando político
na Câmara. A
oposição conseguiu retirar da reforma administrativa o dispositivo que permitia a
fixação de limites salariais inferiores ao teto federal -equivalente a
R$ 12,720 mil.
Na mesma sessão, os deputados
aprovaram a emenda que obriga o
governo federal a pagar os salários
dos ex-servidores dos ex-territórios de Roraima e Amapá, que
atualmente prestam serviço nos
governos desses Estados.
A União gastará R$ 22 milhões
para manter 10.600 funcionários,
sendo 6.000 do Amapá e 4.600 de
Roraima. A emenda foi aprovada
com 389 votos favoráveis, 46 contrários e 5 abstenções.
Segundo o deputado Eraldo
Trindade (PPB-AP), ele negociou
essa emenda com o presidente Fernando Henrique Cardoso em troca
do voto favorável à reeleição.
"Eu disse ao presidente que sem
isso votaria contra a reeleição. A
iniciativa privada do Amapá não
tem condições de absorver esses
servidores, que seriam demitidos
depois da reforma", afirmou.
Subteto
Faltaram sete votos para que o
governo conseguisse manter o dispositivo do subteto no texto da reforma. Foram 301 votos a favor,
142 contra e 11 abstenções.
A derrota do subteto inibe parte
da contenção de gastos com folha
de pagamento prevista pelo governo com a aprovação integral da reforma administrativa. A estimativa era de uma economia global
com a reforma de R$ 6 bilhões ao
ano. Essa estimativa ainda não foi
refeita, agora sem o subteto.
Esse dispositivo permitiria que
os governos federal, estaduais e
municipais definissem salários
menores que o teto. Os governadores eram os maiores interessados no subteto, que reduziria os
gastos dos Estados com pessoal.
Na primeira intervenção como
líder do governo, Luís Eduardo
Magalhães (PFL-BA) disse que o
subteto evitaria a "oficialização
dos marajás de todos os Estados
brasileiros". "Essa votação deixa
claro quem é a favor e quem é contra o fim de privilégios", afirmou.
O relator da reforma, Moreira
Franco (PMDB-RJ), disse que ainda é possível fixar limites salariais
inferiores ao teto, mas o Judiciário
não será atingido porque tem regras próprias, definidas na Lei da
Magistratura.
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