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Brasil tem de renegociar dívida, afirma estudioso
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
O cientista político norte-americano Jeffrey W. Cason, especialista em Brasil e diretor de Estudos
Internacionais do Middlebury
College, no Estado de Vermont,
disse à Folha que o país precisará
"renegociar alguma coisa" da sua
dívida pública se quiser recursos
para investimentos estatais.
Para ele, essa renegociação terá
que ser feita aos poucos, sem perda de credibilidade. "Você pode
fazer alguma mudança na dívida,
mantendo a confiança do mercado financeiro internacional. Vai
ter que ser aos poucos, não pode
ser de um golpe", receitou.
Cason coordenará hoje o painel
"Experiências de Reestruturação
no Longo Ajuste do Brasil", no 7º
Congresso da Brasa. Ele ainda
apresentará, com o professor
Eduardo Rodrigues Gomes, da
UFF (Universidade Federal Fluminense), palestra sobre relações
entre Estado e negócios no Brasil.
O brasilianista entende que o
Brasil terá que aumentar pesadamente os investimentos para retomar a trajetória de crescimento
econômico, mas ressalva que o setor privado, sozinho, não terá
condições de arcar com essas inversões. "O governo vai ter que
ajudar nesses investimentos."
Desse diagnóstico resulta a conclusão de que será preciso renegociar parte da dívida, que ele considera "muito grande".
O salto nos investimentos, na
visão de Cason, é essencial para
que o governo Lula consiga concretizar a gestão prometida na
campanha eleitoral. "É com isso
[crescimento] que haverá mais
possibilidade de investir em novos programa sociais."
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