São Paulo, sexta-feira, 11 de junho de 2004

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Brasil tem de renegociar dívida, afirma estudioso

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O cientista político norte-americano Jeffrey W. Cason, especialista em Brasil e diretor de Estudos Internacionais do Middlebury College, no Estado de Vermont, disse à Folha que o país precisará "renegociar alguma coisa" da sua dívida pública se quiser recursos para investimentos estatais.
Para ele, essa renegociação terá que ser feita aos poucos, sem perda de credibilidade. "Você pode fazer alguma mudança na dívida, mantendo a confiança do mercado financeiro internacional. Vai ter que ser aos poucos, não pode ser de um golpe", receitou.
Cason coordenará hoje o painel "Experiências de Reestruturação no Longo Ajuste do Brasil", no 7º Congresso da Brasa. Ele ainda apresentará, com o professor Eduardo Rodrigues Gomes, da UFF (Universidade Federal Fluminense), palestra sobre relações entre Estado e negócios no Brasil.
O brasilianista entende que o Brasil terá que aumentar pesadamente os investimentos para retomar a trajetória de crescimento econômico, mas ressalva que o setor privado, sozinho, não terá condições de arcar com essas inversões. "O governo vai ter que ajudar nesses investimentos."
Desse diagnóstico resulta a conclusão de que será preciso renegociar parte da dívida, que ele considera "muito grande".
O salto nos investimentos, na visão de Cason, é essencial para que o governo Lula consiga concretizar a gestão prometida na campanha eleitoral. "É com isso [crescimento] que haverá mais possibilidade de investir em novos programa sociais."


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