|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DINHEIRO PÚBLICO
Tarso Genro discutiu com ministro argentino acordo que será proposto aos países e às instituições internacionais
País quer destinar gasto de dívida à educação
CLÁUDIA DIANNI
DE BUENOS AIRES
Os ministros da Educação do
Brasil, Tarso Genro, e da Argentina, Daniel Filmus, negociam um
acordo com países desenvolvidos
e organismos internacionais que
poderá permitir que os dois países apliquem em educação parte
dos recursos usados para pagar a
dívida externa.
Segundo o ministro brasileiro,
os dois países assinaram comunicado conjunto que será enviado a
Espanha, como primeiro passo. A
Argentina, porém, já negocia com
os espanhóis, pois está mais
adiantada nesse processo.
No caso do Brasil, diz Tarso, os
organismos internacionais, como
Banco Mundial, são mais indicados para a assinatura desse tipo de
acordo, devido às características
da dívida externa brasileira, mais
concentrada nessas instituições.
O governo brasileiro deve
US$ 120 bilhões (cerca de R$ 375
bilhões) a países e organismos internacionais, de acordo com dados do Banco Central de fevereiro
deste ano. Segundo Tarso, para
dar um salto qualitativo no ensino
básico, o Brasil precisaria investir
R$ 50 bilhões no setor.
O orçamento anual do Fundef,
entretanto, é de R$ 28 bilhões. A
porcentagem da dívida que seria
usada para reforçar o ensino ainda não foi discutida.
Apoio
A iniciativa de propor esse mecanismo foi da Argentina, mas o
Brasil aderiu para pedir apoio ao
primeiro-ministro da Espanha,
José Luis Rodríguez Zapatero. Os
dois países esperam que Zapatero
defenda a iniciativa.
O ministro brasileiro diz que, se
adotado, o projeto prevê que a
parte do serviço da dívida a ser investida em educação seria monitorada pelo país ou organismo internacional credor.
Tarso esteve em Buenos Aires
na quinta-feira. Além do convênio com o país, o ministro da
Educação visitou uma escola pública argentina que adotou o ensino da língua portuguesa.
"A Argentina já adotou o ensino
da língua portuguesa em sete escolas públicas, e, no Brasil, a opção pelo espanhol nas escolas está
crescendo", disse o ministro.
Segundo ele, o acordo de ensino
bilingüe é feito entre os Executivos, portanto, não tem poder de
lei. Para isso, seria necessária uma
mudança nas diretrizes de ensino
dos dois países, o que leva tempo.
Texto Anterior: Brasil tem de renegociar dívida, afirma estudioso Próximo Texto: Frase Índice
|