São Paulo, sexta-feira, 11 de junho de 2004

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Para ministro, partido da filha não terá força

DE BUENOS AIRES

DA AGÊNCIA FOLHA

O ministro da Educação, Tarso Genro, disse ontem não acreditar que o novo partido de extrema esquerda, o PSOL (Partido do Socialismo e da Liberdade), terá força para crescer. Uma das fundadoras da sigla é a filha do ministro, a deputada federal Luciana Genro.
"Toda democracia madura tem um partido de extrema esquerda, com uma linha mais radical, que tem presença política. Mas nas democracias crescem mais os partidos hegemônicos, que fazem acordos para obter ampliações políticas."
Além de Luciana, também fundaram o PSOL a senadora Heloísa Helena e os deputados João Fontes (SE) e Babá (PA). O grupo foi expulso do PT no ano passado por desobedecer a orientações do partido e criticar o governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Os ex-petistas anunciaram que pretendem lançar Helena à disputa, em 2006, pela Presidência. Para isso, porém, o partido terá de recolher pelo menos 438 mil assinaturas até setembro de 2005, de acordo com a legislação eleitoral.
Segundo Tarso, partidos mais radicais, como o PSOL, estão "ultrapassados", pois têm como base a classe trabalhadora, enquanto o PT parte do princípio de que é preciso trabalhar com todas as classes sociais.
Em resposta ao pai, Luciana disse ontem que a democracia do Brasil permite o crescimento de partidos "que recebem financiamentos ilícitos e fazem alianças com oligarquias". "Mas isso é por enquanto. Um dia vai mudar", afirmou ela.
Helena também rebateu as declarações do ministro: "A única vez em que eu comentei declarações do Tarso foi quando ele disse que a filha voltaria a ser professora. Se ela voltar, vai ser de cabeça erguida. Mas tenho certeza de que ela ficará no Congresso". (CLÁUDIA DIANNI e LÉO GERCHMANN)


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