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Para ministro, partido da filha não terá força
DE BUENOS AIRES
DA AGÊNCIA FOLHA
O ministro da Educação,
Tarso Genro, disse ontem
não acreditar que o novo
partido de extrema esquerda, o PSOL (Partido do Socialismo e da Liberdade), terá força para crescer. Uma
das fundadoras da sigla é a
filha do ministro, a deputada
federal Luciana Genro.
"Toda democracia madura tem um partido de extrema esquerda, com uma linha mais radical, que tem
presença política. Mas nas
democracias crescem mais
os partidos hegemônicos,
que fazem acordos para obter ampliações políticas."
Além de Luciana, também
fundaram o PSOL a senadora Heloísa Helena e os deputados João Fontes (SE) e Babá (PA). O grupo foi expulso
do PT no ano passado por
desobedecer a orientações
do partido e criticar o governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Os ex-petistas anunciaram
que pretendem lançar Helena à disputa, em 2006, pela
Presidência. Para isso, porém, o partido terá de recolher pelo menos 438 mil assinaturas até setembro de
2005, de acordo com a legislação eleitoral.
Segundo Tarso, partidos
mais radicais, como o PSOL,
estão "ultrapassados", pois
têm como base a classe trabalhadora, enquanto o PT
parte do princípio de que é
preciso trabalhar com todas
as classes sociais.
Em resposta ao pai, Luciana disse ontem que a democracia do Brasil permite o
crescimento de partidos
"que recebem financiamentos ilícitos e fazem alianças
com oligarquias". "Mas isso
é por enquanto. Um dia vai
mudar", afirmou ela.
Helena também rebateu as
declarações do ministro: "A
única vez em que eu comentei declarações do Tarso foi
quando ele disse que a filha
voltaria a ser professora. Se
ela voltar, vai ser de cabeça
erguida. Mas tenho certeza
de que ela ficará no Congresso".
(CLÁUDIA DIANNI e LÉO GERCHMANN)
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