São Paulo, domingo, 11 de junho de 2006

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Painel

Renata Lo Prete
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E Lula fez a luz

Em conversa com o PMDB governista, Lula rasgou a fantasia. Leu uma lista de obras, prontas ou não, que pretende visitar até 30 de junho, a data que a lei eleitoral permite. A relação inclui uma comporta na usina de Tucuruí (PA), um trecho da rodovia Transpantaneira e o pólo petroquímico de Itaboraí, no Rio.
A cereja do bolo será uma cerimônia na Bahia, na próxima quinta, em que o presidente baterá bumbo para as 3,5 milhões de pessoas beneficiadas pelo programa Luz para Todos. O próprio Lula descreveu aos aliados o roteiro do evento: ele irá a uma casa iluminada por lamparina; a moradora, então, apagará o utensílio antigo, e o presidente acenderá a luz elétrica.

Tudo de novo. No encontro com os peemedebistas, Lula mencionou até uma obra que não saiu do papel. Disse que insistirá, na campanha, em prometer a transposição do rio São Francisco.

Sob auditoria. O PSDB mobilizou prefeitos, governadores e deputados para fazer inventário de realizações "fictícias" de Lula. Quer usar imagens de projetos inacabados inaugurados pelo presidente.

Escorpião. Um petista que conhece a vida não entende a obsessão de Lula pela idéia de ter o ex-presidente do Supremo como vice: "O Jobim começaria a tramar o impeachment no dia 2 de janeiro".

Precedente. O líder da minoria na Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA), comenta as declarações do jogador Ronaldo sobre o alegado gosto do presidente por bebidas alcoólicas: "Será que Lula vai mandar expulsar o Fenômeno como fez com Larry Rohter?".

Novos ares. Garoto-propaganda do estilo franciscano na pré-campanha, Geraldo Alckmin, que hoje será oficializado candidato do PSDB, autorizou a sigla a providenciar um jatinho para seus deslocamentos daqui para a frente.

Em extinção. Antes pré-candidato, o senador Jefferson Péres (AM) enviou carta ao presidente do PDT, Carlos Lupi, para dizer que, se o partido insistir em disputar o Planalto, não elegerá nenhum deputado no Amazonas.

Já volto. O ministro do TSE Caputo Bastos, relator das instruções nesta eleição, embarcou para a Alemanha. Vai assistir a jogos da Copa e só estará de volta ao país no dia 20, com a temporada de convenções a pleno vapor.

Segurança? Da instrução de Caputo Bastos dependerão todas as interpretações do que é permitido ou não a partir da minirreforma eleitoral aprovada pelo Congresso -o TSE decidiu que as regras estão valendo nesta sucessão.

Enturmado. Além de amigo de infância do coordenador da campanha tucana, Sérgio Guerra, o líder do MLST Bruno Maranhão foi colega na faculdade de engenharia do candidato a vice na chapa de Geraldo Alckmin, José Jorge (PFL), e do presidenciável Cristovam Buarque (PDT).

Com quem será? Um dos fiéis da balança da CPI dos Bingos, Augusto Botelho (PDT-RR) pegou quatro cópias do relatório final, uma para cada senador do seu partido. Alega que vai discutir com os colegas como votar.

Procura-se. O outro que pode decidir o placar final da CPI, Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), está desaparecido há pelo menos dez dias. Não atende aos telefonemas da oposição. Disse que voltará a Brasília na próxima semana, mas ninguém conta com isso.

Com licença. A Polícia Federal envia amanhã ao Supremo um pedido de autorização para interrogar o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), dentro da Operação Castores, sobre o vazamento de informações para o grupo acusado de promover fraudes na Itaipu Binacional.

Tiroteio

Se o PT e o governo financiaram o MLST, em sua estratégia de cooptação dos ditos movimentos sociais, deveriam agora pagar o conserto da Câmara, destruída pelos vândalos do partido.


Do deputado RICARDO BARROS (PP-PR), sobre os R$ 5,6 milhões destinados pelo governo à Anara, entidade ligada ao MLST, que na terça-feira passada invadiu e depredou a Câmara.

Contraponto

Na cabeça

Quatro anos atrás, José Carlos Pereira, hoje presidente da Infraero, teve seu carro invadido por uma nuvem de borboletas. Impressionado, jogou no bicho e acertou sozinho o primeiro prêmio: R$ 45 mil.
Sem titubear, o brigadeiro J. Carlos, como é conhecido, registrou o prêmio do jogo, que é ilegal, em seu Imposto de Renda. Pego na malha fina, foi chamado a prestar esclarecimentos à Receita Federal.
Quando funcionários do órgão lhe perguntaram se sabia que, na declaração, admitira ter cometido um crime, ele não demorou um segundo para responder:
-Sim, eu sei. E, se não declarasse o que ganhei, eu incorreria em outro crime: sonegação fiscal.


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