|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES 2006 / SÃO PAULO
Em SP, ministro da Justiça
pede votos para petista
Thomaz Bastos assume preferência partidária, em discurso na convenção do PT
Para Bastos, há "cansaço"
após 12 anos de governo do
PSDB; segurança pública
tucana é "linha de produção
de criminalidade", critica
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA, EM SP
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, assumiu
ontem seu lado partidário e criticou o ex-prefeito José Serra e
a política de segurança pública
do PSDB, que seria uma "linha
de produção de criminalidade".
Durante um rápido discurso
na convenção que homologou a
candidatura do senador Aloizio
Mercadante ao governo de São
Paulo, Bastos não apenas defendeu o voto no petista mas
também disse que existe um
"cansaço" com os tucanos, após
os 12 anos que permaneceram
no Palácio dos Bandeirantes.
"Temos há 12 anos o mesmo
grupo no poder e já se sente em
áreas fundamentais da administração pública um certo cansaço. É preciso mudar o rumo",
declarou, sob aplauso dos petistas, no auditório no Anhembi
(zona norte de São Paulo).
De acordo com o ministro, a
política de segurança em São
Paulo é uma "linha de produção
de criminalidade que começa
na Febem, passa pelo polícia,
vai ao Poder Judiciário e chega
às cadeias".
Advogado criminalista, Bastos não é filiado ao PT, mas foi
um dos nomes mais aplaudidos
do encontro. Recebeu elogios
de Mercadante e do presidente
nacional do partido, Ricardo
Berzoini.
Durante a crise política, o ministro ajudou lideranças petistas com problemas jurídicos,
indicando advogados para defender o ex-tesoureiro Delúbio
Soares e o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci.
Bastos criticou o descumprimento da promessa de Serra,
adversário do petista na disputa. O tucano disse que não deixaria a Prefeitura de São Paulo
no meio do mandato. De acordo com Bastos, Mercadante
não fará o mesmo. "Vamos elegê-lo [Mercadante] governador
por quatro anos. Não vamos ter
medo de que o Aloizio largue o
governo para disputar outro
cargo. Ele vai ficar os quatro
anos, ou oito anos, trabalhando
aqui, pelo bem de São Paulo."
Bastos falou em nome dos
ministros presentes à convenção (do Trabalho, Luiz Marinho; da Previdência, Nelson
Machado e da Igualdade Racial,
Matilde Ribeiro).
O abandono da prefeitura
também foi explorado por Mercadante. Para ele, o tucano não
pode mais "ser levado a sério".
"Sabemos que essa disputa [estadual] é um prêmio de consolação, que ele [Serra] tem planos maiores. Ele só pensa naquilo [na Presidência]".
Ao falar de segurança pública, o petista atribuiu os ataques
do PCC (Primeiro Comando da
Capital) no mês passado à
"omissão de Estado do PFL e
do PSDB na segurança pública". Em um discurso de cerca
de 45 minutos, Mercadante dedicou-se a colar sua imagem a
do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, sua única chance de vitória contra Serra, que está
bem à frente nas pesquisas.
Ex-líder do governo de Lula
no Senado, o petista citou dados para demonstrar que aumentou a participação das camadas mais pobres na renda
nacional. Para completar,
ecoou Lula ao dizer que, em seu
governo, a educação seria a
"prioridade das prioridades".
O senador ironizou a entrevista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a uma rádio nova-iorquina, em que disse que Lula não gosta de música
clássica. "É verdade que Lula
gosta mais de samba, forró e pagode. Um gosta de queijo camembert e outro de queijo minas. Um do Quartier Latin
[bairro de Paris] e o outro de
Sapopemba [bairro na periferia
de São Paulo]. Um gosta muito
mais de elite e o outro ama o
povo brasileiro."
Texto Anterior: Painel Próximo Texto: PT de SP lança 3 mensaleiros para a Câmara Índice
|