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ELEIÇÕES 2006/ESTADOS
Petistas e tucanos terão seis
aliados comuns nos Estados
Após recuo do TSE, tanto Lula quanto Alckmin terão o apoio dos mensaleiros
PFL será o principal aliado do
PSDB, que ainda tenta apoio
formal do PPS; PSB e PC do B
devem integrar coligação de
sustentação ao presidente
FERNANDO RODRIGUES
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
VERA MAGALHÃES
DO PAINEL, EM BRASÍLIA
No fim de semana no qual começam a ser realizadas as convenções estaduais e nacionais
para oficialização dos candidatos e das alianças para as eleições de 1º de outubro, levantamento da Folha mostra que PT
e PSDB terão aliados comuns
nas eleições regionais.
Adversários mortais no pleito presidencial, tucanos e petistas farão composições estaduais com pelo menos seis partidos: PMDB, PDT e PV e o trio
mensaleiro PTB, PL e PP. Os
aliados "exclusivos" do PT deverão ser PSB e PC do B, que farão parte da aliança oficial da
candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O PFL será o maior aliado
do PSDB. Se o PPS apoiar Geraldo Alckmin, integrará algumas alianças tucano-pefelistas.
A mistura de coligações cruzadas só é possível por causa da
interpretação moderada que o
TSE (Tribunal Superior Eleitoral) deu à regra da verticalização -a obrigação de fazer
alianças coerentes no plano federal e nos Estados.
A regra em vigor permite que
partidos com candidatos a presidente possam se aliar de maneira distinta nos Estados com
siglas que estarão fora da disputa pelo Palácio do Planalto.
O Brasil tem 29 legendas, mas
possivelmente o pleito de outubro tenha apenas quatro ou
cinco candidatos presidenciais.
Esse número reduzido de
candidatos a presidente permite, por exemplo, que o PT de
Lula faça alianças nos Estados
com pelo menos oito partidos:
PSB, PC do B, PP, PTB, PL, PV,
PMN e PMDB. Já o PSDB deve
se aliar nos Estados a pelo menos sete partidos: PFL, PPS,
PMDB, PDT, PL, PTB e PP.
Em alguns Estados, os blocos
que gravitam em torno de Lula
e de Geraldo Alckmin ainda
disputam os mesmos apoios. É
o caso do PMDB em São Paulo,
no Paraná e no Rio de Janeiro.
Garotinho
Com a saída de Anthony Garotinho (PMDB) do pleito presidencial, a tendência é que o
ex-governador e o candidato ao
governo do Rio, senador Sérgio
Cabral, dêem apoio a Alckmin,
mas o PT ainda assedia o candidato, que tomou café com o
presidente do partido, Ricardo
Berzoini, há algumas semanas.
Em São Paulo, Orestes Quércia, antes alvo de críticas de tucanos e petistas, tem o apoio
disputado. Diante da dificuldade de selar aliança formal, Lula
e o PT tentam convencer Quércia a disputar o governo para
forçar um segundo turno entre
Aloizio Mercadante (PT) e o favorito José Serra (PSDB).
No Paraná, o governador Roberto Requião pegou o comando petista de surpresa ao negociar, no fim da semana passada,
o apoio do PMDB no Estado a
Alckmin. Em troca, ele não lançaria candidato ao Senado e
deixaria o caminho livre para a
reeleição do tucano Álvaro
Dias. O acordo, ainda não confirmado por nenhum dos dois
lados, deixou o PT apreensivo.
O PMDB deverá oficializar
na amanhã, em reunião da Executiva com os 7 governadores, o
destino já sabido do partido:
não ter candidato próprio nem
se aliar a Lula ou a Alckmin.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), da ala governista do PMDB, disse que a
tendência é a Executiva cancelar as duas convenções nacionais marcadas para este mês
-uma pelo grupo contrário à
candidatura ao Palácio do Planalto e outro defensor da postulação própria. Segundo Renan, Lula poderá ter o apoio de
"19 ou mais seções regionais
peemedebistas".
Desistência
O presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP),
confirmou que o partido "vai
priorizar as eleições de governador, senadores e deputados".
Até há pouco tempo defensor
da candidatura própria, Temer
reconhece que "a maioria do
partido" é contra. Após a reunião de amanhã, o senador Pedro Simon (RS) deverá desistir
da pré-candidatura ao Planalto.
"As negociações vão se acelerar de vez na próxima semana",
disse o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP). "O
prazo para convenções partidárias já começou, e é preciso definir os acordos regionais", disse Berzoini. Pela lei, os partidos
devem realizar convenções entre 10 e 30 de junho para oficializar candidaturas e alianças.
Segundo Berzoini, o TSE
(Tribunal Superior Eleitoral)
freou as articulações na semana passada quando endureceu
a regra para alianças, surpreendendo os partidos. Quando recuou na noite de quinta-feira,
voltando à regra de 2002 (verticalização branda), os políticos
voltaram ao cenário antigo.
O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC),
afirma que a semana que se inicia será decisiva para o fechamento da maioria dos acordos.
"Está clara qual será a regra do
jogo. Não há mais razão para
postergar entendimentos".
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