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Pai defende
militante que
feriu segurança
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LINDOESTE
O pequeno agricultor
Adão da Silva, 53, pai do
militante do MLST (Movimento de Libertação dos
Sem Terra) Arildo Joel da
Silva, 21, disse acreditar
que seu filho "entrou de
gaiato" na invasão da Câmara na última terça.
Arildo foi flagrado atirando uma pedra contra
um segurança. "É impossível ele ter atirado pedra
em alguém, pela natureza
calma dele e pela educação
que teve", disse o pai.
Ele, porém, admite ter
visto imagens pela televisão em que o filho atira um
cone contra os policiais legislativos. "Isso ele fez e eu
fiquei assustado. Ele é um
menino calmo, gente boa,
não podia estar metido naquilo", disse o agricultor.
Adão da Silva e a mulher, a professora da rede
estadual de ensino do Paraná Salete Aparecida da
Silva, moram há 20 anos
na colônia Vitória, a sete
quilômetros da cidade de
Lindoeste (569 km a oeste
de Curitiba), um dos primeiros assentamentos do
MST (Movimento dos
Trabalhadores Rurais
Sem Terra) no Estado.
Silva nunca foi acampado do MST, movimento
que só conheceu quando
trocou seu lote num assentamento do Instituto
Nacional de Colonização e
Reforma Agrária em Clevelândia (também no oeste do PR), pelo lote de 12
hectares em que vive com
mulher e quatro filhos.
"Foi aqui na colônia que o
Arildo foi criado. É um
bom menino e não podia
estar metido nisso", disse.
Arildo Joel da Silva estudava o primeiro ano de
Educação Física em uma
faculdade particular. No
início deste ano, foi atropelado por uma carreta e
quebrou a perna. "Com o
acidente, ele ficou sem poder trabalhar e não conseguiu mais pagar a faculdade. Por isso eu aceitei
quando ele disse que iria
acampar para conseguir
um lote. Isso foi há apenas
um mês", afirmou o pai.
"Fico pensando o que
será dele depois, com essa
mancha no nome, ter sido
preso, é uma mancha muito forte para carregar."
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