São Paulo, domingo, 11 de junho de 2006

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Pai defende militante que feriu segurança

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LINDOESTE

O pequeno agricultor Adão da Silva, 53, pai do militante do MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra) Arildo Joel da Silva, 21, disse acreditar que seu filho "entrou de gaiato" na invasão da Câmara na última terça.
Arildo foi flagrado atirando uma pedra contra um segurança. "É impossível ele ter atirado pedra em alguém, pela natureza calma dele e pela educação que teve", disse o pai.
Ele, porém, admite ter visto imagens pela televisão em que o filho atira um cone contra os policiais legislativos. "Isso ele fez e eu fiquei assustado. Ele é um menino calmo, gente boa, não podia estar metido naquilo", disse o agricultor.
Adão da Silva e a mulher, a professora da rede estadual de ensino do Paraná Salete Aparecida da Silva, moram há 20 anos na colônia Vitória, a sete quilômetros da cidade de Lindoeste (569 km a oeste de Curitiba), um dos primeiros assentamentos do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no Estado.
Silva nunca foi acampado do MST, movimento que só conheceu quando trocou seu lote num assentamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária em Clevelândia (também no oeste do PR), pelo lote de 12 hectares em que vive com mulher e quatro filhos. "Foi aqui na colônia que o Arildo foi criado. É um bom menino e não podia estar metido nisso", disse.
Arildo Joel da Silva estudava o primeiro ano de Educação Física em uma faculdade particular. No início deste ano, foi atropelado por uma carreta e quebrou a perna. "Com o acidente, ele ficou sem poder trabalhar e não conseguiu mais pagar a faculdade. Por isso eu aceitei quando ele disse que iria acampar para conseguir um lote. Isso foi há apenas um mês", afirmou o pai.
"Fico pensando o que será dele depois, com essa mancha no nome, ter sido preso, é uma mancha muito forte para carregar."


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