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Liderança do MLST afirma que houve ajuda do PT
Direção do partido colaborou em logística, diz integrante da secretaria do movimento
Libertados, 500 integrantes do MLST, que passaram três dias na prisão, festejavam ouvindo pagode ao esperar ônibus para voltar para casa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de três dias no Complexo Penitenciário da Papuda,
cerca de 500 integrantes do
MLST (Movimento de Libertação do Sem-Terra) presos na
invasão à Câmara, na quarta-feira, começaram ontem de
manhã a serem deslocados para seus Estados de origem. Outros 42 continuam presos.
Segundo Gladis Rossi, da Secretaria Nacional do MLST, a
direção do PT contribuiu com a
logística do movimento, mas
não deixou claro se a ajuda se
deu antes ou depois das prisões. A reportagem deixou recado para o presidente do PT,
deputado Ricardo Berzoini
(SP), mas ele não respondeu até
o fechamento desta edição.
A direção do MLST orientou
os sem-terra a evitar a imprensa. "Não podemos correr o risco
de o movimento ser mais prejudicado do que está. 90% da mídia falou mal. Foi horrível para
o movimento", disse Rossi. Ontem, enquanto esperavam os
ônibus, os sem-terra festejaram com uma roda de pagode.
Os sem-terra foram libertados na madrugada de sábado,
após decisão da juíza Maria de
Fátima Costa, da 10ª Vara Criminal da Justiça Federal em
Brasília. Os militantes passaram a noite em um centro de
formação do Cimi (Conselho
Indigenista Missionário), ligado à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), em
Luziânia (GO), cidade a cerca
de 60 km de Brasília.
Segundo Rossi, funcionários
em greve do Incra (Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária) entraram em
contato com o movimento e cederam o espaço. Até o fechamento dessa edição, pelo menos três ônibus tinham deixado
o local. Um levava militantes
para o Maranhão, outro para
Tocantins e o terceiro não teve
o destino informado.
Entre os 42 integrantes do
MLST que continuavam presos, acusados de participar de
atos de vandalismo, está Bruno
Maranhão, principal líder do
movimento. Na sexta, estiveram na Papuda o ouvidor agrário nacional, Gersino José da
Silva, e a superintendente regional do Incra em Pernambuco, Maria de Oliveira. Ela disse
que os sem-terra foram tratados de corretamente e negou financiamento do governo.
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