São Paulo, quinta-feira, 11 de julho de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

John Taylor, assessor do secretário do Tesouro dos EUA, diz que PT mostra que, se eleito, alterará pouco a economia

Lula não será "tão diferente", dizem EUA

DA REDAÇÃO

John Taylor, alto funcionário do governo americano e assessor do secretário do Tesouro dos EUA, Paul O'Neill, tentou reduzir ontem os temores do mercado financeiro em relação às perspectivas de mudança na política econômica de um eventual governo petista no Brasil, com Luiz Inácio Lula da Silva.
Subsecretário para Assuntos Internacionais, Taylor afirmou que "Lula tem demonstrado que sua práticas [econômicas" não serão tão diferentes [das atuais", como algumas pessoas pensam".
Durante entrevista coletiva na Embaixada dos EUA em Paris, Taylor relembrou que Lula, em suas propostas econômicas, assumiu o compromisso da manutenção do superávit primário, fato considerado "positivo" pelo subsecretário. Apesar da avaliação positiva em relação às propostas de Lula, o subsecretário afirmou que "não surpreende o fato de haver incertezas sobre as eleições" de outubro no Brasil.
Taylor é o principal consultor do secretário do Tesouro dos EUA, Paul O'Neill, para economia internacional. No mês passado, declarações do secretário sobre o Brasil provocaram turbulência entre investidores internacionais.
Na manhã do último dia 21, O'Neill afirmara que seria contrário à concessão de mais créditos do Fundo Monetário Internacional ao Brasil, considerando que as recentes dificuldades econômicas do país têm origem política.
"Jogar o dinheiro do contribuinte dos EUA na incerteza política do Brasil não me parece ser [uma idéia" brilhante", havia declarado o secretário do Tesouro, acrescentando não ver "um antídoto econômico" para o nervosismo do mercado em relação à eleição presidencial e à liderança de Lula nas pesquisas.
Naquele mesmo dia, mais tarde, O'Neill divulgou nota para "esclarecer" seus comentários matutinos. Afirmou que o Brasil é um "parceiro regional e global crucial para os EUA" e que o país "está implementando políticas econômicas corretas".
"Por causa dessas políticas, apoiamos o Brasil, inclusive em seu programa atual com o FMI e do desembolso de US$ 10 bilhões, nesta semana, sob esse programa", disse O'Neill à época, em referência à liberação de recursos pelo Fundo anunciada naquela semana pelo ministro da Fazenda, Pedro Malan.
Na mesma linha desses comentários de O'Neill, John Taylor reafirmou ontem que a atual política econômica do governo brasileiro é aprovada pelos norte-americanos. "Os fundamentos [econômicos] são muito bons."


Com agências internacionais



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