São Paulo, quinta-feira, 11 de julho de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Candidato quer baixar juros e fazer governo "para as pessoas"

Serra diz que dengue foi sua "frustração pessoal"

DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, declarou ontem que o combate à dengue foi sua "maior frustração pessoal", enquanto ocupou o cargo de ministro da Saúde (1998-2002). A afirmação foi feita durante entrevista ao "Jornal Nacional". De acordo com Serra, o governo errou no controle da aplicação dos recursos ao combate à dengue destinados aos Estados e municípios. "O nosso erro foi não levarmos a público a questão", afirmou o candidato.
Serra disse também que, caso eleito, criará condições para a redução dos juros, sem especificar de que modo pretende fazê-la.
Mais tarde, em entrevista veiculada pela GloboNews, Serra disse que o aumento da entrada de dólares no país, por meio do incremento das exportações, pode levar à redução dos juros. A expansão de setores como turismo e a agricultura, segundo Serra, contribuirá para o crescimento e geração de emprego.
Para o tucano, apesar de a estabilidade ter sido um dos méritos do governo FHC, o próximo presidente deve se preocupar com o crescimento econômico. "Vamos pisar no acelerador", disse.
Serra afirmou também que, caso eleito presidente, deve fazer um governo "para as pessoas". "Quero que as oportunidades no Brasil sejam para todos", disse.
Na avaliação do presidenciável tucano, as turbulências na economia brasileira, como a alta do dólar e a disparada do risco Brasil, são passageiras.

Vítima
O tucano disse que é "tititi" dos adversários a acusação de que estaria por trás de episódios envolvendo espionagem na campanha.
"É uma questão eleitoral. O sujeito fala sem prova", disse o candidato. Serra afirmou já ter sido "vítima" de espionagem. Citou como exemplo o caso do dossiê Caribe -conjunto de papéis cujas principais partes se mostraram falsas sobre suposta conta secreta da cúpula tucana em um paraíso fiscal do Caribe.
O tucano declarou também que não teve participação na indicação de Ricardo Sérgio de Oliveira para a direção do Banco do Brasil.
Ex-arrecadador de recursos para campanhas de Serra, Ricardo Sérgio é acusado de cobrar propina para intervir na participação de fundos de pensão no processo de privatizações.

Ibope
Durante a entrevista com Serra, a audiência do "Jornal Nacional" caiu um ponto, segundo dados preliminares do Ibope. Cada ponto equivale a 47.600 domicílios na Grande São Paulo.
O telejornal tinha mais de 36 pontos de audiência. Baixou para 35 logo que Serra entrou no ar. Até agora foi a menor audiência das entrevistas, das quais já participaram Anthony Garotinho (PSB) e Ciro Gomes (PPS). Na entrevista, que durou 10min19s, Serra falou por 8min03s (78% do tempo). Hoje, será a vez de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).



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