São Paulo, terça-feira, 11 de julho de 2006

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Painel

Vera Magalhães (interina) @ - painel@uol.com.br

Manual de conduta

Márcio Thomaz Bastos (Justiça) e Tarso Genro (Relações Institucionais) apresentam hoje a Lula e aos demais ministros o mais detalhado arrazoado sobre o que pode e o que não pode na campanha eleitoral. O trabalho é dividido em capítulos ("transporte do presidente", "preparação de viagens" etc.), e traz perguntas e respostas com casos concretos como exemplo.
A lógica que norteou o trabalho é a de que, na dúvida, o melhor é restringir. Há vedação explícita para reuniões de campanha no Palácio do Planalto. Outra recomendação: ministros devem usar o próprio carro em atos de campanha e não podem pedir votos em eventos do governo -embora possam fazê-lo quando provocados pela imprensa, "espontaneamente".

24 horas. Parecer da assessoria jurídica da Presidência diz que Lula pode fazer campanha em horário de expediente -algo que o presidente pensa em fazer se a pressão do PT aumentar. O petista não cogita se licenciar do cargo.

Alvo. Lula disse a aliados no fim de semana que teme ataques diretos à sua família caso vá a debates de TV. Alegou que pretende preservar a "instituição da Presidência".

Outro lado. O marqueteiro João Santana nega que tenha detectado fragilidade no voto em Lula. "Quem vota no presidente, segundo nossas pesquisas, sabe por que o faz. É um voto consistente", diz.

RSVP. Os convites para dirigentes do PMDB para o jantar com Lula ontem na Granja do Torto foram feitos pelo Palácio do Planalto. Ontem havia disputa na planície do partido por lugares no convescote.

Por fora. Peemedebistas do Paraná indicariam ontem o ex-governador Paulo Pimentel, rompido com Roberto Requião, para coordenar o movimento pró-Lula no Estado.

Novo CEP. O casal Garotinho, sem mandato a partir de 2007, está reformando sua casa em Campos (RJ), para onde vai se mudar em janeiro.

Vaziíssimo. O atraso de Geraldo Alckmin na sexta, em Barreiras (BA), fez com que a parte "tucana" da visita fosse esvaziada pelo último capítulo da novela "Belíssima".

Alô PT. Petistas do ABC fundaram uma rádio virtual para promover a sigla durante as eleições. O apresentador dos programas é Danilo Okamotto, sobrinho do "doador universal" Paulo Okamotto.

Parada. A Comissão de Ética do PT se reuniu apenas uma vez para analisar o caso de Bruno Maranhão. Seus integrantes alegam não poder fazer nada enquanto o dirigente, que comandou a invasão da Câmara, estiver preso.

Sombra. Aloizio Mercadante está incomodado com a crítica de José Serra de que pega "carona" em Lula. Vai tentar se descolar do governo federal nos discursos e na agenda.

Durex. Ao mesmo tempo, Mercadante tentará colar no tucano a crise de segurança em São Paulo -fazendo ginástica retórica para poupar o governador Cláudio Lembo (PFL), xodó dos petistas.

Guerrilha. Candidato ao Senado pelo PSDB da Bahia, Antonio Imbassahy não divulga a sua agenda de visita às cidades do interior. Depois que rompeu com ACM, o ex-prefeito de Salvador teme sofrer boicote dos carlistas.

Tempo livre. Na reta final, a CPI das Armas deve ouvir os advogados ligados ao PCC e fazer a derradeira diligência. Até a entrega do relatório, no fim de agosto, quem vai trabalhar mesmo são os técnicos.

Sai de cena. O quarto-secretário da Câmara, João Caldas (PL-AL), telefonou para o presidente da Casa, Aldo Rebelo (PC do B - AL), comunicando que se afastará das reuniões da Mesa até o desfecho da CPI dos Sanguessugas, na qual é um dos investigados.

Tiroteio

Itamar Franco cumpriu a sua promessa de usar o PMDB apenas como uma barriga de aluguel.


Do ex-governador NEWTON CARDOSO sobre o fato de o antigo desafeto ter deixado o partido após a derrota na disputa interna pela candidtura ao Senado em Minas Gerais.

Contraponto

Toma que o filho é teu

No início dos anos 90, Toninho da Pamonha, à época deputado estadual, tomava um café numa padaria de Itaquaquecetuba, região metropolitana de São Paulo, quando foi abordado por um eleitor:
-Deputado, preciso de ajuda. Minha mulher está prestes a ter nenê. Não sei o que fazer.
Toninho da Pamonha olhou para o assessor sentado ao seu lado, mas ele não esboçou qualquer reação. O parlamentar, então, virou-se para o eleitor e disparou, sem constrangimento:
-Olha, se o senhor, que teve nove meses para pensar no assunto, não sabe o que fazer, imagine eu!


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