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Economista crê em potencial
da Reportagem Local
O economista Roberto Cavalcanti Albuquerque, do Inae (Instituto Nacional de Altos Estudos),
acha que o crescimento do PIB
nordestino nos últimos anos não
é motivo para comemoração. Isso
porque, segundo ele, a região tem
se sobressaído num cenário em
que a economia brasileira está em
estagnação.
Apesar dessas ponderações, Cavalcanti acredita que o Nordeste
dispõe de grandes potenciais para
acelerar seu crescimento.
Recentemente, ele concluiu um
livro, intitulado "Uma Estratégia
para Vencer o Desafio das Secas e
a Aceleração do Desenvolvimento", que foi encomendado pelo
governo federal para traçar políticas para a região.
Na opinião do economista, os
setores que mais podem impulsionar o crescimento nordestino
são turismo, agricultura irrigada,
"agrobusiness" e serviços.
Mas, para incrementar esse desenvolvimento, será preciso resolver alguns problemas estruturais. Ele cita dois: a baixa escolaridade da população e o fato de
40% dos habitantes do Nordeste,
cerca de 20 milhões de pessoas,
viverem no semi-árido, a região
mais seca e mais pobre do país.
"A solução seria fazer a transposição do rio São Francisco, uma
obra polêmica, mas necessária.
Depois, será preciso estimular o
desenvolvimento daquela região
com outras atividades além da
agricultura, que, diante das condições climáticas, torna-se muito
arriscada", afirma Cavalcanti.
Na visão do economista, a
transferência de tantas indústrias
do eixo centro-sul para o Nordeste não pode ser considerada como
um fator que vá, a longo prazo,
contribuir para o crescimento
sustentado da região.
"A instalação de indústrias tem
um efeito de curto prazo, pois gera renda. Mas, como a maioria
dessas empresas não se instala no
Nordeste com todo o seu aparato
tecnológico, a tendência é, no médio prazo, perderem a competitividade. Assim, podem ter vida
curta", acredita ele.
Um estudo feito pelo Banco
Mundial (Bird), a pedido do governo do Ceará, recomenda, como primeira política de desenvolvimento, o investimento maciço
em educação. O documento também diz que o Estado só deve incentivar a instalação de indústrias
que absorvam mais mão-de-obra,
estimulem as exportações e impulsionem outros setores da economia, como a agricultura.
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