São Paulo, Domingo, 11 de Julho de 1999
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JUDICIÁRIO
Aquisições se concentraram em dois anos
Desembargador tem "supersítio"

da Reportagem Local

Em menos de dois anos -entre maio de 1997 e janeiro de 1999-, o desembargador Roberto Luiz Ribeiro Haddad e sua mulher, a advogada Maria Cristina Aparecida Figueiredo de Souza Haddad, adquiriram, sucessivamente, seis chácaras vizinhas no município de Salto de Pirapora, próximo a Sorocaba, em São Paulo.
Em maio de 97, os Haddad compraram duas chácaras, cada uma com 21,8 mil 2, por R$ 21 mil cada (valores registrados na época). No mês seguinte, pagaram R$ 60 mil por outra propriedade vizinha, de 20,6 mil m2.
As aquisições continuaram em janeiro de 1998, com um imóvel de 24,2 mil m2, por R$ 12 mil. Em 20 de novembro de 1998 e em 8 de janeiro de 1999, compraram as duas últimas unidades (respectivamente, de 21,3 mil m2 e 23,4 mil m2 por R$ 17 mil cada uma.
Com essas aquisições, foi criado o "Sítio Sherwood", com 133 mil metros quadrados, num condomínio fechado, em frente ao sofisticado Haras Monte Cristo.
Haddad construiu uma segunda casa, galpões para os carros antigos e o seu próprio haras: o Manege Sherwood (centro para treinamento de cavalos de hipismo).
Roberto e Ricardo, filhos do desembargador, já participaram de provas da Sociedade Hípica Paulista e do Haras Monte Cristo montando os cavalos Elite 2, Massari e Trendy, todos com o registro do Manege Sherwood.
No final dos anos 50, os menores Roberto Haddad e seu irmão Carlos Alberto Haddad dividiam um pequeno imóvel, na rua da Consolação, parte do prédio de propriedade da família, onde hoje funciona o bar "Sujinho", ponto de encontro de boêmios.
Os irmãos Haddad herdaram apartamento de 117 m2, no bairro de Santa Cecília (avaliado hoje em R$ 190 mil) e adquiriram um pequeno sobrado em Pinheiros, onde mora Carlos Alberto.
Antes de casar-se com o juiz, em 1981, a advogada Maria Cristina Haddad era proprietária de um apartamento de 102,7 m2, no bairro de Indianópolis, hoje avaliado em R$ 185 mil.
O casal adquiriu o imóvel do escritório da advogada (área útil de 89,5 m2, avaliado hoje em cerca de R$ 230 mil).
Em 1979, Roberto e Cristina Haddad compraram uma casa,no Jardim América, avaliada em R$ 250 mil. O imóvel foi vendido e o casal adquiriu, em 1991, um duplex de cobertura no Jardim Paulista, com área de 524 m2, quatro garagens (vendido como parte da aquisição de sua atual moradia).
Os Haddad moram num apartamento adquirido em janeiro de 1998, por R$ 900 mil, na rua Professor Arthur Ramos, uma das artérias mais caras do Jardim América, em São Paulo. O imóvel tem uma área construída de 842 m2.
Em 1986, ainda funcionário público federal, Roberto Haddad adquiriu casa de praia em Ubatuba (litoral norte de São Paulo), numa área de 750 m2 no condomínio Pedra Verde, na praia do Lázaro.
Em 1995, os Haddad adquiriram, em permuta, três triplex num condomínio na marina do Saco do Ribeira.
Em 1992, Haddad foi um dos autores de mandado de segurança coletivo, impetrado por sua mulher, contra o pagamento de seguro obrigatório de danos pessoais causados por embarcações.
Na ocasião, possuía um barco de dois metros e um jet ski.
A Folha consultou dez imobiliárias, vendedores de carros e de barcos, sob o compromisso de não terem seus nomes revelados. Não foi informado o nome do proprietário de cada bem sob avaliação. O jornal possui cópias dos registros dos imóveis e dos contratos das empresas citadas.


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