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HORA DAS PROVAS
Mulher de João Paulo explica saque
DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
A Polícia Federal ouviu ontem
mais dois depoimentos que confirmam saques de dinheiro das
contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza pelos
deputados petistas João Paulo
Cunha (SP) e Paulo Rocha (PA).
Ambos já haviam assumido ter
feito essas operações.
A mulher do ex-presidente da
Câmara, Márcia Milanésio Cunha, reiterou ontem à Polícia Federal que sacou R$ 50 mil na
agência do Banco Rural em Brasília a pedido do marido.
Márcia disse que, segundo Cunha lhe explicara, o dinheiro foi
usado para despesas de campanha pré-eleitoral, em Osasco, berço político do deputado petista.
Segundo ela, o marido só lhe contou o destino dos R$ 50 mil recentemente, quando o saque foi revelado pela imprensa. Ela reconheceu a sua assinatura no documento bancário.
Ela disse que entregou o dinheiro imediatamente a Cunha, na residência do casal, em Brasília. O
depoimento foi considerado
"convincente" pela PF, que planeja ouvir agora o deputado petista
para que ele dê mais explicações
sobre o destino do dinheiro.
Em outro depoimento, o ex-assessor parlamentar Charles Santos Dias disse que recebeu R$ 200
mil na sede da empresa SMPB Comunicação, uma das agências de
publicidade de Marcos Valério,
em Belo Horizonte (MG).
Foram dois saques de R$ 100
mil, um feito em espécie e outro
por meio de um cheque administrativo da SMPB. Todo o montante foi entregue ao diretório do PSB
em Belém (PA), segundo Santos
Dias. Ele teria feito os saques a pedido de Paulo Rocha.
Rocha, ex-líder do PT na Câmara, aparece na lista apresentada
por Marcos Valério de Souza como o deputado petista que fez o
maior saque do esquema do empresário: R$ 920 mil.
Além de Dias, a assessora parlamentar do petista paraense Anita
Leocádia da Costa também disse
ter sacado dinheiro para Rocha.
Em depoimento à PF, ela informou que havia retirado ao todo
R$ 620 mil.
No terceiro depoimento de ontem, a PF ouviu Antonio Lamas,
irmão do ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas. Ele confirmou ter
ido à agência do Banco Rural em
Brasília a pedido do irmão, onde
pegou uma caixa de dinheiro para
entregar diretamente ao ex-deputado federal e presidente do PL,
Valdemar Costa Neto (SP), que
renunciou ao mandato na semana passada.
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