São Paulo, quinta-feira, 11 de agosto de 2005

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HORA DAS PROVAS

Mulher de João Paulo explica saque

DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

A Polícia Federal ouviu ontem mais dois depoimentos que confirmam saques de dinheiro das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza pelos deputados petistas João Paulo Cunha (SP) e Paulo Rocha (PA). Ambos já haviam assumido ter feito essas operações.
A mulher do ex-presidente da Câmara, Márcia Milanésio Cunha, reiterou ontem à Polícia Federal que sacou R$ 50 mil na agência do Banco Rural em Brasília a pedido do marido.
Márcia disse que, segundo Cunha lhe explicara, o dinheiro foi usado para despesas de campanha pré-eleitoral, em Osasco, berço político do deputado petista. Segundo ela, o marido só lhe contou o destino dos R$ 50 mil recentemente, quando o saque foi revelado pela imprensa. Ela reconheceu a sua assinatura no documento bancário.
Ela disse que entregou o dinheiro imediatamente a Cunha, na residência do casal, em Brasília. O depoimento foi considerado "convincente" pela PF, que planeja ouvir agora o deputado petista para que ele dê mais explicações sobre o destino do dinheiro.
Em outro depoimento, o ex-assessor parlamentar Charles Santos Dias disse que recebeu R$ 200 mil na sede da empresa SMPB Comunicação, uma das agências de publicidade de Marcos Valério, em Belo Horizonte (MG).
Foram dois saques de R$ 100 mil, um feito em espécie e outro por meio de um cheque administrativo da SMPB. Todo o montante foi entregue ao diretório do PSB em Belém (PA), segundo Santos Dias. Ele teria feito os saques a pedido de Paulo Rocha.
Rocha, ex-líder do PT na Câmara, aparece na lista apresentada por Marcos Valério de Souza como o deputado petista que fez o maior saque do esquema do empresário: R$ 920 mil.
Além de Dias, a assessora parlamentar do petista paraense Anita Leocádia da Costa também disse ter sacado dinheiro para Rocha. Em depoimento à PF, ela informou que havia retirado ao todo R$ 620 mil.
No terceiro depoimento de ontem, a PF ouviu Antonio Lamas, irmão do ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas. Ele confirmou ter ido à agência do Banco Rural em Brasília a pedido do irmão, onde pegou uma caixa de dinheiro para entregar diretamente ao ex-deputado federal e presidente do PL, Valdemar Costa Neto (SP), que renunciou ao mandato na semana passada.


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