São Paulo, quinta-feira, 11 de agosto de 2005

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GALÃ DO "MESNSALÃO"

Deputado recorre a exercícios de respiração e chocolate para vencer tensão causada por CPIs

"Não engordei um quilo", diz Jefferson

PAULO SAMPAIO
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

Mesmo sob a pressão crescente dos últimos meses, o deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), 52, ex-obeso, jura não ter engordado "nem um quilo". Sua receita: exercício, alimentação controlada e... reza.
Toda manhã, depois de se alongar por 20 minutos, Jefferson faz exercícios aeróbicos para o diafragma, com especial atenção à respiração -em pleno aeroporto de Congonhas, em São Paulo, onde espera um vôo para Brasília, levanta-se para exibir a técnica: segura a barriga e arfa, com a boca semicerrada, "Shhhh, Fuuuu, Pfuuusshhhi". "Funciona como um poderoso relaxamento das minhas ansiedades", afirma o deputado, que se diz cansado de falar "sempre sobre a mesma coisa" (CPI, denúncias, "mensalão", Marcos Valério, José Dirceu...).
Depois da malhação, Jefferson vai até a janela de seu apartamento e reza. "É um Pai Nosso, uma Ave Maria. Peço serenidade."
Sua alimentação é leve e pastosa -purê, banana amassada, caldo de feijão-, desde que se submeteu à cirurgia de redução de estômago há cinco anos. Para manter a forma, recorre a alguns truques. "Não janto, e normalmente como em prato de sobremesa e com talheres menores, porque cabe menos, vai menos comida para a boca", ensina.
Quando precisa depor em CPIs -já foram três vezes- apela ao chocolate. "Chego a ficar 14 horas lá, como uns 10 Alpinos [marca de chocolate]", confessa.
Para não sentir-se mal, precisa comer devagar. "Mastigo a comida cerca de 60 vezes", diz, pegando um quadradinho de chocolate suíço meio amargo. Uma mudança e tanto, lembra, para quem comia 1,5 kg de carne em "uma sentada". "Eu era um monstro", resume.
Com nova silhueta e superexposto na mídia, Jefferson diz que sentiu um aumento do assédio feminino. Ao lado da terceira mulher, a enfermeira Ana Lúcia, 36, uma morena mignon (1,60m, 52 kg), ele baixa a voz: "É um ciúme danado... Mas vai lá no meu gabinete e pergunta à minha secretária quantos e-mails chegam por dia de mulher".
Maria Teresa da Silva, a assessora de imprensa, tenta apelar ao bom senso: "Não, Roberto, pra quê isso?". Vira-se para o repórter: "Ele nem responde as mensagens, só lê". Jefferson sorri com um lado só da boca. E diz o óbvio "Sou vaidoso sim".


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