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Painel
Renata Lo Prete - painel@uol.com.br
Organograma
O PT respira aliviado depois da aprovação do relatório da primeira fase da CPI dos Sanguessugas. Aconteça o que acontecer à senadora Serys e a seu genro, o
partido viu adiado para depois das eleições o problema que de fato lhe tira o sono: José Airton Cirilo.
Acusado pelos Vedoin de ter operado com a máfia
das ambulâncias dentro da Saúde, o dirigente é considerado fator de risco não apenas para a candidatura
do ex-ministro Humberto Costa ao governo de Pernambuco, mas, principalmente, para o PT nacional.
Sem prejuízo de sua intensa atividade no ministério,
Cirilo nunca foi homem de confiança de Costa -à diferença do chefe-de-gabinete Antonio Alves de Souza.
Mas de Delúbio Soares Cirilo foi muito próximo.
Padrão. O PT repetiu ontem
erro cometido ao longo da
CPI: embora o relatório passe
ao largo dos ex-ministros da
Saúde, Henrique Fontana fez
questão de dizer que a comissão tem de investigar o governo anterior. Assim, levou o
Executivo de novo à ribalta.
Fui! Nem bem acabou a votação do relatório, parlamentares da CPI se despediam: "Te
vejo depois da eleição!". O
presidente, Antonio Carlos
Biscaia (PT-RJ), ameaçou
convocar sessão para a semana que vem. Ninguém ouviu.
Wally. Vários senadores
procuraram Renan Calheiros
(PMDB-AL) ontem para sondá-lo sobre o ritmo que pretende imprimir às investigações. Mas o presidente viajou
antes da leitura do relatório.
Causa própria. Dois dos
senadores acusados pela CPI
estão no Conselho de Ética da
Casa: Ney Suassuna (PMDB-PB) é titular, e Serys Slhessarenko (PT-MT), suplente.
Ponto morto. Começou
em novembro passado a investigação do Conselho de
Ética do Senado sobre Geraldo Mesquita (PMDB-AC),
acusado de reter parte do salário dos assessores. O caso
dorme. Nem as quebras de sigilo foram providenciadas.
Desespero. Sobrevivente
do mensalão agora na lista dos
sanguessugas, o deputado Pedro Henry (PP-MT) tem ligado para correligionários
ameaçando listar todos os beneficiados pelo valerioduto.
Não e não. Avaliação da
campanha de Geraldo Alckmin: independentemente de
respostas melhores ou piores,
o fato é que Lula passou os 11
minutos e pouco de sua entrevista ao "Jornal Nacional" negando, negando e negando.
Azedou. Quem esteve com
Lula ao longo do dia de ontem
conta que o presidente estava
relaxado e de bom humor,
sem sugerir nervosismo diante da aproximação da entrevista ao "JN". No entanto,
quando ela começou, seu rosto aparentava o contrário.
Cenografia. A Rede Globo
chegou a sugerir que a entrevista fosse feita em outro local
do Palácio da Alvorada, mas a
assessoria de Lula insistiu na
biblioteca, considerada adequadamente "presidencial".
Dois em um. Na próxima
quinta, Lula terá nova oportunidade para se sentir confuso
entre as condições de presidente e candidato. De dia, vistoria as obras da BR-101 em
Santa Catarina. À noite, faz
comício em Criciúma. O PT
local organiza as agendas.
Bis. Lula voltará a SP na semana que vem para nova visita à periferia da capital. E
Alckmin retornará na quarta
a Minas, do recordista de intenções de voto Aécio Neves,
para comício perto de BH.
Embaixada. Um dia depois
de criticar a comunicação de
Alckmin, o presidente do
PSDB, Tasso Jeireissati, visitou ontem o "Projac" tucano
em São Paulo, sob o comando
do jornalista Luiz Gonzalez.
Visita à Folha. Eduardo
Cesar Silveira Vita Marchi, diretor da Faculdade de Direito
da Universidade de São Paulo,
visitou ontem a Folha.
Tiroteio
"Geraldo Alckmin está precisando mesmo
é de um bom pacote de votos."
Do secretário de Organização do PT, ROMÊNIO PEREIRA, sobre o lançamento de um "pacote ético" pela aliança PSDB-PFL logo depois de pesquisas que detectaram a ampliação da vantagem de Lula.
Contraponto
Agenda positiva
Ao assumir o governo de Minas Gerais, em 1983, Tancredo Neves (1910-1985) recebeu de seu secretário do Planejamento, Ronaldo Costa Couto, a notícia de que teria de
demitir 22 mil servidores. Ele acatou a sugestão, mas, em
contrapartida, determinou a contratação de outros mil.
No dia seguinte, a imprensa local destacou em manchete o "trem da alegria" patrocinado pela nova administração. Couto, então, procurou o governador para acertar a
imediata divulgação de um desmentido.
-Calma, Ronaldo, fui eu que dei a informação ao jornal.
Diante do incrédulo secretário, Tancredo explicou:
-Mineiro tem horror a demissão. Gosta é de nomeação!
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