São Paulo, sábado, 11 de agosto de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Day after

Embora se movimente para construir a candidatura de Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) à presidência do Senado, a oposição já decidiu que, depois de várias batalhas perdidas, sua prioridade é remover Renan Calheiros (PMDB-AL). Para tanto, DEM e PSDB cumprirão as etapas de praxe, inclusive apresentando um nome de sua preferência, mas, no final, tendem a aceitar sem maior resistência um peemedebista que, à diferença de Jarbas, seja digerível pelo Planalto.
Nesse cenário, cresce a chance de Gerson Camata (ES), definido por um colega de bancada como "incolor e inodoro". Ele seria uma "solução Ramez Tebet", referência à contingência que levou o senador de Mato Grosso do Sul, morto no ano passado, a tomar o lugar de Jader Barbalho (PMDB-PA) na crise de 2001.

Ponto fraco. Quem acompanha de perto a perícia da Polícia Federal sobre as transações de gado de Renan, a ser concluída na próxima semana, afirma que a evolução patrimonial do presidente do Senado é claramente incompatível com os seus ganhos.

Tô fora. A direção do PT se reuniu nesta semana para avaliar a situação de Renan e concluiu: o partido já fez o que pôde pelo aliado, que só não foi tirado do cargo ainda por falta de consenso sobre quem irá substituí-lo. A ordem, a partir de agora, é não expor mais a bancada do Senado.

Comemorativo. O PSOL escolheu a próxima terça-feira, Dia Mundial do Protesto, para entregar seu abaixo-assinado pedindo punição para Renan. Antes, os manifestantes querem formar em letras gigantes a frase "abaixo a corrupção" usando as páginas com as assinaturas no gramado em frente ao Congresso.

Eu uso óculos. Numa das sessões desta semana, o presidente interino da CPI do Apagão Aéreo da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pulou a vez de Fernando Gabeira (PV-RJ) se pronunciar. O deputado protestou: "Já percebi que o senhor não costuma mesmo olhar para mim!"

Só um chorinho. O deputado Marco Maia (PT-RS), relator da CPI na Câmara, vai pedir uma breve prorrogação das investigações, para o fim de setembro. A oposição bate o pé por muito mais tempo.

Faxina. Depois de indicar Marcio Pochmann para presidir o Ipea, Mangabeira Unger (Longo Prazo) pretende instalar o economista José Sicsú, da UFRJ, na direção do instituto no Rio, onde, queixam-se os governistas, o ambiente seria "muito tucano".

Delay. Seis meses depois do convite, Dilma Rouseff (Casa Civil) avisou que irá à Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara falar sobre o PAC. Mas só na segunda quinzena de setembro.

Canal. A constante queixa de parlamentares do PT sobre a articulação política do governo, nas mãos do petebista Walfrido dos Mares Guia, levou dirigentes do partido a pedir que o Planalto destaque outro representante, de preferência um correligionário, só para tratar da sigla.

Submersão. Pós-festa de lançamento de seu site, José Dirceu decidiu não aparecer em Brasília até o início do julgamento do processo do mensalão no STF. Foi aconselhado por assessores e advogados a não fazer nada que se pareça com tentativa de pressionar os ministros do tribunal.

Agora vai. Após flertar com PMDB e PTB, Romeu Tuma (DEM) acertou sua ida para o PRB do vice José Alencar, que prometeu cargos para os filhos do senador e, quem sabe, legenda para que ele dispute a prefeitura paulistana.

Paradão. Antes do recesso de julho, o presidente da Assembléia paulista, Vaz de Lima (PSDB), prometeu colocar em funcionamento cinco CPIs, seguindo a ordem cronológica de pedidos. Dez dias após a volta das férias, nenhuma foi instalada até agora.

Tiroteio

"Beira o escárnio isso ocorrer na terra de Tiradentes e Tancredo. Se não for declarada a inconstitucionalidade dessa lei, o lema de Minas será "Impunidade ainda que tardia"."


De ROBERTO LIVIANU, presidente do Movimento do Ministério Público Democrático, sobre a aprovação, pelos aliados de Aécio Neves na Assembléia, da ampliação do foro privilegiado para autoridades.

Contraponto

Só por terra

Em reunião do conselho político de Lula, quinta-feira no Planalto, o ministro Nelson Jobim (Defesa) mostrava a líderes aliados as alterações de rotas que pretende fazer na tentativa de melhorar a malha aérea quando foi interrompido pelo deputado Jovair Arantes (PTB-GO):
-Mas e Goiânia, ministro? Será que nosso aeroporto não vai receber nada a mais nessas mudanças?
O pernambucano José Múcio, seu colega de partido e líder do governo na Câmara, resolveu tripudiar:
-Fique tranqüilo, Jovair. A gente dá um jeito de não isolar Goiânia na hora de redistribuir as rotas de ônibus!


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