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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Day after
Embora se movimente para construir a candidatura
de Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) à presidência do
Senado, a oposição já decidiu que, depois de várias batalhas perdidas, sua prioridade é remover Renan Calheiros (PMDB-AL). Para tanto, DEM e PSDB cumprirão as etapas de praxe, inclusive apresentando um
nome de sua preferência, mas, no final, tendem a aceitar sem maior resistência um peemedebista que, à diferença de Jarbas, seja digerível pelo Planalto.
Nesse cenário, cresce a chance de Gerson Camata
(ES), definido por um colega de bancada como "incolor e inodoro". Ele seria uma "solução Ramez Tebet",
referência à contingência que levou o senador de Mato Grosso do Sul, morto no ano passado, a tomar o lugar de Jader Barbalho (PMDB-PA) na crise de 2001.
Ponto fraco. Quem acompanha de perto a perícia da
Polícia Federal sobre as transações de gado de Renan, a ser
concluída na próxima semana, afirma que a evolução patrimonial do presidente do
Senado é claramente incompatível com os seus ganhos.
Tô fora. A direção do PT se
reuniu nesta semana para
avaliar a situação de Renan e
concluiu: o partido já fez o que
pôde pelo aliado, que só não
foi tirado do cargo ainda por
falta de consenso sobre quem
irá substituí-lo. A ordem, a
partir de agora, é não expor
mais a bancada do Senado.
Comemorativo. O PSOL
escolheu a próxima terça-feira, Dia Mundial do Protesto,
para entregar seu abaixo-assinado pedindo punição para
Renan. Antes, os manifestantes querem formar em letras
gigantes a frase "abaixo a corrupção" usando as páginas
com as assinaturas no gramado em frente ao Congresso.
Eu uso óculos. Numa das
sessões desta semana, o presidente interino da CPI do Apagão Aéreo da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pulou
a vez de Fernando Gabeira
(PV-RJ) se pronunciar. O deputado protestou: "Já percebi
que o senhor não costuma
mesmo olhar para mim!"
Só um chorinho. O deputado Marco Maia (PT-RS),
relator da CPI na Câmara, vai
pedir uma breve prorrogação
das investigações, para o fim
de setembro. A oposição bate
o pé por muito mais tempo.
Faxina. Depois de indicar
Marcio Pochmann para presidir o Ipea, Mangabeira Unger
(Longo Prazo) pretende instalar o economista José Sicsú,
da UFRJ, na direção do instituto no Rio, onde, queixam-se
os governistas, o ambiente seria "muito tucano".
Delay. Seis meses depois do
convite, Dilma Rouseff (Casa
Civil) avisou que irá à Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara falar sobre
o PAC. Mas só na segunda
quinzena de setembro.
Canal. A constante queixa
de parlamentares do PT sobre
a articulação política do governo, nas mãos do petebista
Walfrido dos Mares Guia, levou dirigentes do partido a
pedir que o Planalto destaque
outro representante, de preferência um correligionário,
só para tratar da sigla.
Submersão. Pós-festa de
lançamento de seu site, José
Dirceu decidiu não aparecer
em Brasília até o início do julgamento do processo do mensalão no STF. Foi aconselhado por assessores e advogados
a não fazer nada que se pareça
com tentativa de pressionar
os ministros do tribunal.
Agora vai. Após flertar
com PMDB e PTB, Romeu
Tuma (DEM) acertou sua ida
para o PRB do vice José Alencar, que prometeu cargos para
os filhos do senador e, quem
sabe, legenda para que ele dispute a prefeitura paulistana.
Paradão. Antes do recesso
de julho, o presidente da Assembléia paulista, Vaz de Lima (PSDB), prometeu colocar
em funcionamento cinco
CPIs, seguindo a ordem cronológica de pedidos. Dez dias
após a volta das férias, nenhuma foi instalada até agora.
Tiroteio
"Beira o escárnio isso ocorrer na terra de
Tiradentes e Tancredo. Se não for declarada a
inconstitucionalidade dessa lei, o lema de
Minas será "Impunidade ainda que tardia"."
De ROBERTO LIVIANU, presidente do Movimento do Ministério Público
Democrático, sobre a aprovação, pelos aliados de Aécio Neves na Assembléia, da ampliação do foro privilegiado para autoridades.
Contraponto
Só por terra
Em reunião do conselho político de Lula, quinta-feira
no Planalto, o ministro Nelson Jobim (Defesa) mostrava a
líderes aliados as alterações de rotas que pretende fazer
na tentativa de melhorar a malha aérea quando foi interrompido pelo deputado Jovair Arantes (PTB-GO):
-Mas e Goiânia, ministro? Será que nosso aeroporto
não vai receber nada a mais nessas mudanças?
O pernambucano José Múcio, seu colega de partido e líder do governo na Câmara, resolveu tripudiar:
-Fique tranqüilo, Jovair. A gente dá um jeito de não
isolar Goiânia na hora de redistribuir as rotas de ônibus!
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