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Irritado, presidente afirma que imprensa mentiu ao publicar que ele criticou FHC
DA ENVIADA À CIDADE DO PANAMÁ
Irritado, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva disse ontem que quer comparar o "Lula
com o Lula" e evitou citar o nome do ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso (PSDB). Na
véspera, em evento na Jamaica,
ele criticou a política de etanol
no Brasil em governos anteriores - uma crítica indireta ao
seu antecessor, que ficou 8 anos
no poder.
Ontem, no Panamá, ao ser
questionado sobre a declaração, reagiu. "A palavra correta
é: mentiu quem disse que eu citei o nome do Fernando Henrique Cardoso ontem na entrevista. Eu citei períodos (...) Eu
poderia ter pegado o Geisel, poderia ter pegado o Collor, poderia ter pegado o Itamar, poderia
ter pego o Sarney", afirmou.
"Ontem, eu contei uma história de como aconteceu a política de etanol no Brasil. Se alguém mentiu, que arque com as
conseqüências da sua mentira.
Não está na minha boca o nome
de nenhum Presidente da República, não citei nenhum nome", continuou, em entrevista
a jornalistas, no dia de encerramento de sua visita à região.
O presidente também negou
atrito com o venezuelano Hugo
Chávez por conta dos biocombustíveis, tema em que os dois
não se entendem. Disse que a
relação com a Venezuela é muito "exitosa" e citou, como
exemplo, o início em setembro
da terraplanagem da refinaria
de petróleo em Pernambuco da
qual Petrobrás e PDVSA, a estatal venezuelana, são sócias.
Questionado sobre Chávez
ter dito que o atraso nas obras
lhe dava "vergonha", afirmou:
"Veja, eu li a matéria, não sei se
ele disse ou alguém escreveu
por ele. Me desculpe, mas eu
estou ficando esperto para saber distinguir quando tem um
pouco de má-fé e quando não
tem, tá? Ele é nosso parceiro
desse negócio, da mesma forma
que somos parceiros da PDVSA
em projetos no Orinoco, e vamos continuar." Ao deixar o local, foi ríspido com assessores,
que divergiram sobre o caminho a seguir, para o próximo
evento: "Se só um de vocês falasse, eu entenderia".
Mais cedo, por um erro do cerimonial do Planalto, Lula cometeu uma gafe ao chamar
duas vezes o presidente do Panamá, Martín Torrijos, de "Alejandro". O presidente recebeu
uma condecoração com o nome
do general Omar Torrijos, pai
do atual presidente, e fez uma
série de elogios ao general, que
chegou ao poder em 1968 por
meio de um golpe de Estado.
Lula chamou Omar Torrijos
de o "mais extraordinário dirigente" panamenho. "Aprendi
que o ser humano é como uma
árvore. E se essa árvore foi bem
plantada, adubada, a tendência
natural é de que tenha bons
frutos", falou sobre Martín.
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