São Paulo, sábado, 11 de agosto de 2007

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Irritado, presidente afirma que imprensa mentiu ao publicar que ele criticou FHC

DA ENVIADA À CIDADE DO PANAMÁ

Irritado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que quer comparar o "Lula com o Lula" e evitou citar o nome do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Na véspera, em evento na Jamaica, ele criticou a política de etanol no Brasil em governos anteriores - uma crítica indireta ao seu antecessor, que ficou 8 anos no poder.
Ontem, no Panamá, ao ser questionado sobre a declaração, reagiu. "A palavra correta é: mentiu quem disse que eu citei o nome do Fernando Henrique Cardoso ontem na entrevista. Eu citei períodos (...) Eu poderia ter pegado o Geisel, poderia ter pegado o Collor, poderia ter pegado o Itamar, poderia ter pego o Sarney", afirmou.
"Ontem, eu contei uma história de como aconteceu a política de etanol no Brasil. Se alguém mentiu, que arque com as conseqüências da sua mentira. Não está na minha boca o nome de nenhum Presidente da República, não citei nenhum nome", continuou, em entrevista a jornalistas, no dia de encerramento de sua visita à região.
O presidente também negou atrito com o venezuelano Hugo Chávez por conta dos biocombustíveis, tema em que os dois não se entendem. Disse que a relação com a Venezuela é muito "exitosa" e citou, como exemplo, o início em setembro da terraplanagem da refinaria de petróleo em Pernambuco da qual Petrobrás e PDVSA, a estatal venezuelana, são sócias.
Questionado sobre Chávez ter dito que o atraso nas obras lhe dava "vergonha", afirmou: "Veja, eu li a matéria, não sei se ele disse ou alguém escreveu por ele. Me desculpe, mas eu estou ficando esperto para saber distinguir quando tem um pouco de má-fé e quando não tem, tá? Ele é nosso parceiro desse negócio, da mesma forma que somos parceiros da PDVSA em projetos no Orinoco, e vamos continuar." Ao deixar o local, foi ríspido com assessores, que divergiram sobre o caminho a seguir, para o próximo evento: "Se só um de vocês falasse, eu entenderia".
Mais cedo, por um erro do cerimonial do Planalto, Lula cometeu uma gafe ao chamar duas vezes o presidente do Panamá, Martín Torrijos, de "Alejandro". O presidente recebeu uma condecoração com o nome do general Omar Torrijos, pai do atual presidente, e fez uma série de elogios ao general, que chegou ao poder em 1968 por meio de um golpe de Estado.
Lula chamou Omar Torrijos de o "mais extraordinário dirigente" panamenho. "Aprendi que o ser humano é como uma árvore. E se essa árvore foi bem plantada, adubada, a tendência natural é de que tenha bons frutos", falou sobre Martín.


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