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PF prende 11 por fraude em licitações do PAC
Esquema entre empresários e funcionários públicos direcionava concorrências de obras em MT, afirma Polícia Federal
Segundo a Prefeitura de Cuiabá, município cumpre rigorosamente todas as recomendações da CGU para as obras do programa
RODRIGO VARGAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
A Polícia Federal desencadeou ontem uma operação contra um suposto esquema de
fraude nas licitações para cerca
de R$ 400 milhões em obras do
PAC (Programa de Aceleração
do Crescimento) em Cuiabá e
Várzea Grande (MT).
Foram cumpridos 11 mandados de prisão e 31 de busca e
apreensão em Mato Grosso,
São Paulo, Goiás e DF.
Entre os presos estão o procurador-geral da Prefeitura de
Cuiabá, José Antônio Rosa, e
quatro servidores que atuavam
nas comissões de licitação da
Sanecap (Companhia de Saneamento da Capital) e da Prefeitura de Várzea Grande. A
operação foi batizada de Pacenas -o nome da companhia de
saneamento ao contrário.
Também foram presos os
empresários Carlos Avalone
Junior (vice-presidente da Federação das Indústrias de MT),
Marcelo Avalone, Anildo Lima
Barros (ex-prefeito de Cuiabá)
e Jorge Pires de Miranda.
Marcelo e Carlos são donos
da construtora Três Irmãos
Engenharia. Pires de Miranda
responde pela Concremax. Lima Barros administra a Gemini
Projetos e Incorporações. As
três compuseram um dos consórcios vencedores dos sete lotes licitados pela Prefeitura de
Cuiabá para o PAC.
Segundo a PF, o esquema foi
montado para direcionar as licitações. "As licitações foram
um simulacro com acertos, subornos, pagamentos indevidos,
corrupção de servidores públicos, ameaças e uso de métodos
de persuasão próprios de estruturas criminosas", disse o juiz
Julier Sebastião da Silva.
As investigações começaram
em 2007, a partir de relatório
do Tribunal de Contas da
União que identificou problemas e mandou anular os editais
do PAC em Cuiabá. Em 2008,
por meio de denúncia anônima,
a PF soube antecipadamente o
resultado da licitação.
"Há evidências de conluio
entre os servidores das prefeituras, notadamente ocupantes
de cargos estratégicos, ligados
ao procedimento licitatório,
com empresários do ramo de
construção e também com os
sindicatos da categoria profissional (Sincop e Sinduscon),
para viabilizar a consumação
dos certames fraudulentos",
disse o juiz, em sua decisão.
Os presidentes do Sinduscon
(Sindicato das Indústrias da
Construção Civil), Luiz Carlos
Fernandes, e do Sincop (Sindicato das Indústrias da Construção Pesada), Alexandre Schutze, também foram presos.
A ministra Dilma Rousseff
(Casa Civil) afirmou ontem que
procedimentos como a Pacenas "têm sido normais ao longo
do nosso governo". "Não interferimos nessas investigações. É
intrínseca à obrigação dela [da
PF] fazer investigações."
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