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Viúva de prefeito do PT critica presidente
Mulher de Toninho do PT, morto em 2001, afirma que Lula não cumpriu promessa de colocar a PF no caso
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
Cinco anos após o assassinato do prefeito de Campinas, Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, a viúva dele, Roseana Garcia, diz que Luiz Inácio
Lula da Silva não cumpriu a
promessa feita em 2002 de que,
se eleito presidente, colocaria a
Polícia Federal no caso.
Toninho foi morto na noite
do dia 10 de setembro de 2001.
Roseana diz que a promessa de
Lula foi feita a ela em um palanque durante discurso na cidade.
"Ele me falou em cima do palanque em 2002, com minha filha do lado, que, se fosse eleito
presidente da República, colocaria a Polícia Federal no caso
do Toninho. Até hoje nada.
Nem me receber ele queria. Ele
me recebeu por cinco minutos
[em 2004] depois que eu levei
abaixo-assinado com 53 mil assinaturas para ele em Brasília."
"Com o Lula presidente da
República e o Márcio Thomaz
Bastos como ministro da Justiça, eu achei que o meu problema estava resolvido, mas foi um
ledo engano", disse ela, lembrando que Bastos era advogado da família.
A família do prefeito contesta
as versões da polícia e da Promotoria para o assassinato.
Para a polícia, Toninho foi
morto pela quadrilha do seqüestrador Wanderson Nilton
de Paula Lima, o Andinho, por
atrapalhar a fuga do bando.
A quadrilha fugia porque havia tentado seqüestrar um empresário, segundo a polícia.
Andinho é o único membro
ainda vivo da quadrilha. Ele nega envolvimento no crime.
Para o irmão de Toninho,
Paulo da Costa Santos, a possibilidade de o crime ter sido motivado por interesses político-econômicos nunca foi investigada com profundidade.
Para o advogado da família,
André Guimarães, a tese de que
a quadrilha de Andinho foi responsável pelo crime é "um
atentado contra a inteligência
média da população". "Toninho foi alvejado com três tiros.
E essa tese de que ele atrapalhou a fuga é absurda porque
havia diversos outros veículos
na saída do shopping. Por que
só o carro dele atrapalhou a fuga? Por que o terceiro tiro foi
feito após a quadrilha ter ultrapassado o carro de Toninho?"
Um dos promotores do caso,
Fernando Vianna, disse que todas as possibilidades para o crime foram investigadas. "A motivação continua em aberto,
mas temos convicção de que foi
a quadrilha de Andinho que fez
os disparos", disse.
A Folha teve acesso ao processo e identificou ao menos
quatro testemunhas indicando
que o crime pode ter sido premeditado.
(MAURÍCIO SIMIONATO)
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