São Paulo, quinta-feira, 11 de setembro de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO

Ao lado de Serra, Alckmin ataca Kassab

Em jantar que reuniu o governador e o ex-presidente FHC, o tucano apontou deficiências da atual administração municipal

Em seu discurso, Serra citou Alckmin duas vezes, uma delas para dizer que não atingiu no governo índices de aprovação como o dele


DA REPORTAGEM LOCAL

Ainda tentando se refazer da saída de seu marqueteiro, o comando da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) à Prefeitura de São Paulo decidiu ontem ir para o ataque não só contra a administração do atual prefeito, Gilberto kassab (DEM) mas também contra o partido dele.
O próprio Alckmin pôs em prática a estratégia na noite de ontem, no jantar de arrecadação de fundos para a campanha, com a presença do governador José Serra e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Em seu discurso, Alckmin apontou deficiências na gestão Kassab. Após lembrar seus esforços pela eleição de Serra em 2004, elogiou seu desempenho. E completou: "É mais que legítimo que o PSDB queira continuar esse trabalho pelas mãos do PSDB. Até porque ainda há muito o que fazer".
A idéia de desqualificar o DEM politicamente, mostrando que Kassab não é do PSDB, também ocupou o discurso de Alckmin. "Começamos agora a servir um partido que não é virtual. É real. Tem princípios."
Em seu discurso, FHC incentivou a adoção de uma linha mais agressiva na campanha: "Tem que brigar e não tem que ter papas na língua", disse o ex-presidente, pregando ataques especialmente ao PT, que chamou de "cafajestada".
Diante de Serra, Alckmin listou carências da cidade, como falta de vagas em creches e de escolas. Não poupou o trânsito: "Vou à Varginha, 6h, e no ônibus, duas horas e meia, naquele aperto, naquele sofrimento, uma mulher diz: "Dr Geraldo, estamos levando cinco horas para ir e voltar do trabalho'".
Nitidamente constrangido, Serra comparou a "situação complexa" de eleição ao título "Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos", livro de Rubem Fonseca. Mas errou o nome: "Vastas Emoções e Sentimentos Imperfeitos".
Ao longo do discurso, de 22 minutos, Serra citou Alckmin duas vezes: na apresentação do jantar e ao dizer que até hoje não conseguiu atingir índices de aprovação da gestão Alckmin. No início da fala -ao lembrar a história do PSDB-, o governador leu um texto que enaltece a importância de honrar compromissos na política. Hoje aliada a Kassab, boa parte do tucanato, incluindo ex-ministros, não estava lá.
Antes de sua chegada, às 22h, ao lado de FHC, o clima era de apreensão. Ao saber que o governador chegava ao prédio, Alckmin correu para cozinha, onde tirou fotos e cumprimentou funcionários, por cinco minutos, até que o governador entrasse no salão.

Convite
A Folha comprou pelo valor de R$ 1.000 um convite para o jantar de arrecadação da campanha de Alckmin, ontem, após ser informada de que a imprensa não teria acesso ao salão principal do evento.
Por entender que seria necessário estar no local para melhor descrever os acontecimentos aos leitores, o jornal adquiriu em nome do jornalista Claudio Dantas Sequeira um convite para o evento. Para isso, ele teve de fornecer nome e CPF ao efetuar o pagamento. (ANA FLOR, CATIA SEABRA, CLAUDIO DANTAS SEQUEIRA E JOSÉ ALBERTO BOMBIG)


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