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Euro causa prejuízo ao Brasil, diz empresário
DO ENVIADO A AMSTERDÃ
A desvalorização do euro, a
moeda única de 11 dos 15 países
da União Européia, está provocando prejuízos às exportações
brasileiras que podem chegar até
a 30% das vendas de empresas
grandes, como a Cutrale.
A informação foi dada ontem ao
presidente Fernando Henrique
Cardoso e aos jornalistas brasileiros por Jan Ebus, empresário holandês que preside a Seabrex, empresa especializada no descarregamento de barcos, armazenagem, embalagem e distribuição de
frutas frescas, carnes e outros produtos.
Nos últimos seis meses, o euro
sofreu uma desvalorização, em
relação ao dólar norte-americano,
da ordem de aproximadamente
20%. Explica Ebus: "Como as
vendas são em florins holandeses,
marcos alemães, francos franceses etc., o valor tem que ser reconvertido a dólares e então enviado
ao Brasil. O exportador recebe
menos do que antes da desvalorização".
Ebus diz que os prejuízos não
são apenas para exportadores
brasileiros, mas também para chilenos e argentinos.
Só escaparam os produtores do
Nordeste brasileiro, como os de
melão, porque o governo estimula as exportações de frutas dessa
região.
As informações foram dadas
durante a visita do presidente brasileiro ao porto de Roterdã, principal porta de entrada para as exportações brasileiras com destino
à Europa.
Só de caixas de frutas, são recebidas 10 milhões por ano. O presidente foi informado de que 10%
do movimento do porto é gerado
pelas exportações brasileiras.
FHC aproveitou a visita para reclamar, mais uma vez, do protecionismo europeu e norte-americano na área agrícola.
Criticou, em especial, o fato de a
Europa dar subsídios para que
seus produtores concorram em
terceiros mercados com produtos
brasileiros, que, em outras circunstâncias, custariam menos e
ganhariam mercados.
"Não é um comércio correto. O
comércio correto é a livre competição", afirmou o presidente.
(CLÓVIS ROSSI)
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