São Paulo, quarta-feira, 11 de outubro de 2000

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Euro causa prejuízo ao Brasil, diz empresário

DO ENVIADO A AMSTERDÃ

A desvalorização do euro, a moeda única de 11 dos 15 países da União Européia, está provocando prejuízos às exportações brasileiras que podem chegar até a 30% das vendas de empresas grandes, como a Cutrale.
A informação foi dada ontem ao presidente Fernando Henrique Cardoso e aos jornalistas brasileiros por Jan Ebus, empresário holandês que preside a Seabrex, empresa especializada no descarregamento de barcos, armazenagem, embalagem e distribuição de frutas frescas, carnes e outros produtos.
Nos últimos seis meses, o euro sofreu uma desvalorização, em relação ao dólar norte-americano, da ordem de aproximadamente 20%. Explica Ebus: "Como as vendas são em florins holandeses, marcos alemães, francos franceses etc., o valor tem que ser reconvertido a dólares e então enviado ao Brasil. O exportador recebe menos do que antes da desvalorização".
Ebus diz que os prejuízos não são apenas para exportadores brasileiros, mas também para chilenos e argentinos.
Só escaparam os produtores do Nordeste brasileiro, como os de melão, porque o governo estimula as exportações de frutas dessa região.
As informações foram dadas durante a visita do presidente brasileiro ao porto de Roterdã, principal porta de entrada para as exportações brasileiras com destino à Europa.
Só de caixas de frutas, são recebidas 10 milhões por ano. O presidente foi informado de que 10% do movimento do porto é gerado pelas exportações brasileiras.
FHC aproveitou a visita para reclamar, mais uma vez, do protecionismo europeu e norte-americano na área agrícola.
Criticou, em especial, o fato de a Europa dar subsídios para que seus produtores concorram em terceiros mercados com produtos brasileiros, que, em outras circunstâncias, custariam menos e ganhariam mercados.
"Não é um comércio correto. O comércio correto é a livre competição", afirmou o presidente. (CLÓVIS ROSSI)


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