São Paulo, quarta-feira, 11 de outubro de 2000

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RUMO A 2002
Para petista, partido sairá vitorioso no segundo turno das eleições
Lula diz que vai articular aliança com PPS e PMDB

LUIZA DAMÉ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O dirigente nacional do PT Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que vai articular com o PMDB e com o PPS a formação de aliança para as eleições de 2002. Para Lula, o PT tem até março para definir as coligações e o nome do candidato a presidente da República.
"O apoio do PMDB de São Paulo para Marta Suplicy e do PMDB de Goiás a Pedro Wilson abre possibilidade de conversa com muita gente. Até o que parecia impossível não é mais", afirmou Lula. "Eu vou conversar com todo mundo, com o Ciro Gomes e com o PPS como um todo", disse.
Inicialmente, os petistas falavam em conversar apenas com dissidentes do PMDB ligados ao governador Itamar Franco (sem partido-MG). O principal líder do PMDB em Goiás é o senador Iris Rezende, ex-ministro de FHC.
Em São Paulo, o comando do PMDB é dividido entre o ex-governador Orestes Quércia e o presidente da Câmara, deputado Michel Temer, que integra o grupo governista do partido.
O petista lembrou que em Minas Gerais -embora o governador Itamar Franco tenha deixado o PMDB- os dois partidos se coligaram em 106 municípios no primeiro turno das eleições.
Segundo Lula, a intenção é formar uma frente de centro-esquerda para enfrentar o candidato do Palácio do Planalto. "Março é o prazo final para definir candidato e alianças", disse.
As negociações, na opinião do petista, devem começar depois do segundo turno. "É preciso um período de maturação para cicatrizar as feridas", afirmou Lula, ao confirmar que os aliados preferenciais do PT são os chamados partidos de esquerda, entre eles PSB, PDT e PC do B.
Lula participou ontem da posse do deputado Geraldo Magela (PT-DF) na presidência da Conferência Parlamentar das Américas, em Brasília. Depois foi a Goiânia reforçar a campanha de Pedro Wilson, na disputa contra o ex-petista Darci Accorsi (PTB).
Segundo Lula, o PT sairá vitorioso no segundo turno. "A possibilidade de ganharmos é real. Vamos sair melhor do que no primeiro", disse. "Não podemos ficar eufóricos com as pesquisas. Nossos adversários não vão se conformar em perder e tendem a baixar o nível da campanha. Não vamos entrar nesse jogo rasteiro."


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