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JANIO DE FREITAS
O atrativo
A liberação de mais de bilhão e meio às vésperas do segundo turno, dos quais só os quebrados para as Forças Armadas
não favorecerão grupos políticos,
direta ou indiretamente, é um
atrativo poderoso. Mas só dá o
resultado pretendido se usado
com habilidade, para não chover
no molhado ou não irrigar onde
a colheita não estará segura. E
verbas cuja destinação é decidida por aqueles peemedebistas
que se reuniram para discuti-las,
alegadamente em colaboração a
José Serra, costumam entrar por
atalhos que não levam ao destino imaginado.
Anões do Orçamento e congêneres não são os mais indicados
para cuidar de verbas orçamentárias, seja qual for a finalidade
da liberação.
Clareza
Anthony Garotinho está fazendo tantas exigências despropositadas e ressalvas, em relação ao
apoio que diz dar a Lula da Silva, porque não pode dizer o mais
simples: está mesmo é com José
Serra -é o que tudo evidencia.
Embora não tenha simpatias
pela candidatura de Lula, como
ficou claro quando preferiu adotar o candidato do projeto político dos evangélicos, o comando
do PSB ficaria muito mal se não
a apoiasse no segundo turno, ao
menos nominalmente. Até a declaração de neutralidade seria
visto como gesto mais favorável
ao candidato do governo e, portanto, comprometedor para os
que se declaram socialistas.
Anthony Garotinho vai mais
longe. Mas, para quem já fala em
novos planos políticos de grandeza, a atitude exótica está lhe rendendo uma onda de boatos desgastante. Vão desde colaboração
encoberta a José Serra, até a pretensão ou já negociação de cargo, mais citada, neste caso, nada
menos do que a presidência da
Petrobras.
Nos gabinetes
O tempo que José Serra tem
perdido em reuniões, de domingo para cá, dentro do seu círculo
estrito, é incompreensível. Os
coordenadores de sua campanha
fazem o mesmo. Enquanto isso,
Lula da Silva está circulando. Os
coordenadores de sua campanha
fazem o mesmo. Com o resultado
visível, só ontem, nas adesões de
dois PMDBs eleitoralmente importantes: o de Minas e o de
Goiás, que resolveram desconsiderar a posição oficial do partido. Em Minas, colheu ainda a
adesão da corrente empresarial
representada pelo presidente da
Federação da Indústria estadual
e o apoio do setor do PFL integrado pelo vice-governador eleito Clézio Andrade.
É claro que adesões não se fazem só pela ação direta do candidato e de coordenadores, à margem de motivações políticas. Mas
sem esse trabalho é que não se fazem.
Esclarecimento
As ações de improbidade contra os que utilizaram aviões da
FAB para turismo de familiares
ou amigos são idênticas, refiram-se ao ex-ministro Raul
Jungmann, ao ministro Ronaldo
Sardenberg, ao procurador-geral
Geraldo Brindeiro ou a outros. A
medida judicial que beneficie
um deles será benéfica a todos.
Se, portanto, o seu sentido não
foi prejudicado, o artigo de ontem incluiu uma imprecisão que
corrijo: o despacho do ministro
Nelson Jobim, pedindo a posição
da Procuradoria Geral da República, referia-se à ação contra
Sardenberg, não à ação contra
Brindeiro. Embora o favorecimento da interpretação de Jobim, como do vice-procurador-geral Haroldo Nóbrega, favoreça
igualmente Sardenberg e Brindeiro, além dos demais sob ações
de improbidade.
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