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Tucano, ao lado de pefelistas, amplia críticas contra PT; prefeito petista vê "terrorismo retórico"
Serra ataca e diz que país pode virar Venezuela se Lula vencer
RAQUEL ULHÔA
ENVIADA ESPECIAL A GOIÂNIA
O candidato à Presidência José
Serra (PSDB) deu início à campanha do segundo turno pelo país
ontem em Goiânia acusando seu
adversário Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de "arrogante" e alertando para o risco de o Brasil se
transformar em uma Venezuela
caso o petista seja eleito. Tucanos
e pefelistas aliados que participaram do evento também fizeram
discursos duros contra o PT.
"O Lula diz que eu quero debater porque eu não tenho apoios.
Ou seja, ele está numa atitude arrogante. É uma arrogância do Lula desnecessária. Ele diz também
que tem muitos apoios e eu não.
Isso não é verdade e, mesmo que
fosse, essa seria uma atitude arrogante", afirmou o tucano em discurso para 4.000 pessoas.
Serra disse que "a população
tem o direito de conhecer as propostas dos candidatos para não
sofrer decepção, como aconteceu
na Argentina e está acontecendo
agora na Venezuela".
No país vizinho, a população foi
às ruas ontem pedir que o presidente Hugo Chávez -que tem
afinidades com Lula e enviou um
presente ao petista nesta semana
para cumprimentá-lo pelas eleições no Brasil- convoque eleições gerais imediatamente.
"Vamos continuar a mudança
segura. Vejam o que aconteceu na
Venezuela. O que deu prometer
sonhos sem pensar na realidade,
frustrando e trazendo inquietações, perturbações e um retrocesso para o país", disse Serra.
O discurso mais raivoso foi o do
senador eleito Arthur Virgílio
(AM), que agora viajará com Serra. "Se Lula cumprir o que disse, o
país arruina porque ele prometeu
gastar demais." E completou:
"Nós prometemos realismo; e ele,
o delírio". Para ele, "o eleitor vai
escolher se o próximo presidente
vai ser Juscelino Kubitschek ou
Fernando de la Rúa", em referência ao ex-presidente argentino.
Marconi Perillo (PSDB), governador reeleito, acusou os petistas
de serem "perseguidores, prepotentes e incompetentes". "Quem
conhece o PT não vota no PT. Vota no PT quem ainda não conhece
a demagogia e o populismo do
partido." Depois do evento, Serra
comentou a alta do dólar dizendo
que é uma alta especulativa. "É
uma especulação devido à tensão
pré-eleitoral. Para acalmar o mercado, posso dizer que, se for eleito, vou baixar o dólar."
O pefelista Ronaldo Caiado
também criticou Lula. "Aquele
homem não fala o que pensa. Fala
o que o seu marqueteiro manda.
Ele não sabe governar", afirmou.
Reação petista
O prefeito de Aracaju, o petista
Marcelo Déda, rebateu as críticas
de Serra e classificou de "terrorismo retórico" a insinuação de que,
num governo Lula, o Brasil pode
virar uma Venezuela.
Para o petista, o comportamento dos tucanos mostra que "os
nervos do PSDB não estão preparados para o segundo turno".
Ele disse que o PT não vai permitir que Serra faça a agenda de
Lula, numa referência à cobrança
do tucano para que petista participe de todos os debates.
Déda ironizou o fato de Serra ter
chamado Lula de arrogante. Segundo ele, é o mesmo que "falar
de corda em casa de enforcado".
Sobre as críticas de que o "quem
conhece o PT não vota no PT",
Déda disse que "o Brasil conhece
o governo do PSDB há oito anos e
votou no PT".
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