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Presidente diz que Delfim foi vítima de preconceito das elites
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
Em evento de mobilização de
sua campanha na noite de ontem, Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) transformou em "estrela"
o deputado federal Delfim Neto
(PMDB). Em homenagem a
Delfim, que não conseguiu se
reeleger, Lula reconheceu os
avanços econômicos do período da ditadura militar, quando
Delfim foi ministro da Fazenda
(de 1967 a 1974).
Para o presidente, Delfim
não se elegeu por "vingança de
um conjunto de elitistas, porque ele defendia a nossa política." Segundo Lula, Delfim foi a
"'única voz" defendendo sua
política econômica.
"Ele dizia que era preciso fazer o que fizemos, mas precisava ter em conta que a economia
deveria crescer mais rapidamente", afirmou.
O petista fez um mea culpa
sobre o primeiro turno: disse
que Deus o colocou no segundo
turno porque não foi ao debate
e que o partido, em vez de ter
candidaturas próprias em alguns Estados, deveria ter estabelecido alianças.
Delfim estava na primeira fila de cadeiras colocadas no palco do clube Tietê, na zona norte
de São Paulo, junto com Marta
Suplicy, coordenadora da campanha em São Paulo, e do candidato derrotado ao governo
paulista, Aloizio Mercadante.
"Quero dizer da minha alegria de estar aqui com Delfim,
uma das pessoas de quem a
gente mais divergia na década
de 70. Eu, como dirigente sindical, fazia todas as críticas numa
época em que a gente tinha
contradição no Brasil muito
forte. Ao mesmo tempo tinha o
auge do autoritarismo militar,
tinha o auge do crescimento
econômico", afirmou Lula no
evento para 2.000 pessoas.
"Eu de vez em quando, discutindo com meus companheiros, eu dizia que havia contradição enorme a esquerda tentando a fazer a revolução e nós
dentro da fábrica tendo oportunidade de emprego."
O deputado também discursou e disse apoiar Lula para resistir "à volta da política [econômica] que destruiu esse país,
a política que impediu que esse
país se desenvolvesse."
Depois de se comparar a Tiradentes e a Getúlio Vargas,
Lula ontem afirmou que sua
trajetória tem o dedo de Deus,
incluindo na sua ida ao segundo
turno. "Não apenas a vontade
do ser humano, é uma vontade
superior que me fez chegar onde cheguei", afirmou.
"E é exatamente por essa
crença que acho que Deus falou: vamos ter segundo turno.
Esse pessoal tá muito empombado, pensa que vai ganhar no
primeiro turno, Lula não quer
nem ir a debate, tem muita gente que acha que já ganhou, vamos dar segundo turno para
que ele perceba que tem de colocar mais álcool ou feijão com
água dentro do sapato para o
sapato alargar um pouco."
No evento, Lula recebeu o
apoio de Ana Maria Rangel,
candidata derrotada do PRP à
Presidência, do vereador Agnaldo Timóteo (PL-SP) e do deputado federal eleito Frank
Aguiar (PTB-SP).
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