|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Gedimar retifica depoimento e inocenta Godoy
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O advogado Gedimar Pereira
Passos, 50, ex-integrante do comitê eleitoral do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
em Brasília, voltou atrás em um
trecho do primeiro depoimento que prestou à Polícia Federal. Passos inocentou o ex-assessor especial da Presidência
da República, Freud Godoy,
acusado de participação na tentativa de compra de um dossiê
contra o governador eleito de
São Paulo José Serra (PSDB).
Em manifestação por escrito
protocolada no TSE (Tribunal
Superior Eleitoral) no último
dia 3, Passos retirou a acusação
a Godoy, feita ao final do interrogatório realizado no último
dia 15 pelo delegado da PF Edmilson Pereira Bruno.
Na nova versão do depoimento de Passos, o nome de
"Froude ou Freud" -depois
identificado como Freud Godoy-, segurança pessoal de Lula na campanha de 2002, foi
mencionado em troca da "falsa
promessa" de que seria libertado.
"Cumpre ainda afirmar que o
nome do sr. Freud Godoy foi
declinado em depoimento apenas com vistas à falsa promessa
de liberdade do inquisitor naquela oportunidade, a título de
colaboração com as investigações", escreveu Passos, no ofício enviado ao TSE.
Passos disse ter escolhido
aleatoriamente o nome de Godoy. "Sob a promessa de não ser
detido, o representado [Passos]
declinou o nome de um membro do governo que se lembrava
por ter acompanhado em um
trabalho anterior de segurança
em comitê eleitoral", escreveu
Passos.
A manifestação do advogado,
que também é ex-agente da PF
e fazia parte da "inteligência"
do comitê de Lula, foi enviada
ao TSE como parte de sua defesa na investigação judicial
aberta pela corregedoria do tribunal a partir da representação
movida pela coligação que
apóia Geraldo Alckmin (PSDB-SP).
As novas afirmações de Passos sobre Freud Godoy contradizem seu primeiro depoimento. No dia 15, ele afirmou: "Indagado sobre quem do PT deu
ao declarante a missão de realizar o pagamento dos emissários dos Vedoin em troca das
informações pactuadas disse
que: "foi a mando de uma pessoa de nome Froude ou Freud,
que segundo consta tem uma
empresa de segurança no Rio
de Janeiro/SP, que não sabe se
o dito cujo é pessoa influente
ou não dentro do PT".
Passos havia tido uma oportunidade de rever essas primeiras declarações, mas não a utilizou. Em depoimento prestado
quatro dias depois, em Cuiabá
(MT), ao delegado da PF Diógenes Curado Filho, Passos resolveu ficar em silêncio.
O delegado Edmilson Bruno
foi procurado pela Folha três
vezes ontem, entre 20h15 e
20h40, mas não foi localizado.
Recados foram deixados na secretária eletrônica de seu telefone celular, mas não houve retorno. Bruno assumiu ter vazado para a imprensa fotos da pilha de dinheiro apreendido.
Texto Anterior: Eleição 2006/Crise do dossiê: Ex-assessor de Lula segue sob investigação Próximo Texto: Clodovil diz que fará "política do afeto" Índice
|