São Paulo, domingo, 11 de novembro de 2001

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PAINEL

Hora de agir
O Planalto teme perder o controle do processo sucessório e que o PSDB acabe sozinho na eleição de 2002. Passou a considerar como reais as chances de o PFL lançar mesmo Roseana à Presidência e de Itamar vencer as prévias do PMDB.

Cartas na mesa
Na avaliação do Planalto, o PFL passou a investir de verdade em Roseana. A pré-candidatura da governadora deixou de ser uma forma de apenas aumentar o cacife do PFL na mesa de negociação dos aliados. Se continuar bem nas pesquisas, a pefelista disputará a eleição.

Aposta em dobro
O PFL decidiu ampliar a participação de Roseana nos programas regionais de TV do partido. Em vez de 25% do tempo, a governadora vai dispor de 50%.

A casa do espanto
Tucanos que assistiram ao filme de terror "Os Outros", em cartaz em SP, não conseguiram conter o sorriso malicioso. Estrelado por Nicole Kidman, o filme é uma história de fantasmas ambientado na ilha de Jersey. Justamente onde Maluf jura não ter nenhuma conta milionária.

Quase lá
FHC criou uma figura nova na República: a de ministro extra-oficial. Ney Suassuna trabalha no Ministério da Integração Nacional sem ter sido nomeado. O mesmo ocorre com o tucano Arthur Virgílio, indicado para a Secretaria Geral, que já dá palpites na articulação do governo.

À procura de ouvintes
ACM sairá de seu recolhimento forçado na Bahia. O ex-senador estará em Brasília na terça-feira para tratar da sucessão.

Bandeira roubada
Rubens Bueno (PPS) vai propor uma reunião da oposição para a próxima semana. Acha que os partidos anti-FHC estão perdendo suas bandeiras para a base governista. Como a limitação da imunidade parlamentar.

Defesa e ataque
O PT do RS atira contra Antonio Britto (PMDB) para se defender da acusação de envolvimento com o jogo do bicho. O adversário recebeu R$ 500 mil da empresa de calçados Azaléia para sua campanha de 98. Naquele ano, o governo Britto aprovou R$ 17 milhões em incentivos fiscais para a empresa.

Tem para todos
A Azaléia também colaborou com R$ 100 mil para a campanha de Olívio Dutra. E deu outros R$ 30 mil para Emília Fernandes (PDT). A bancada do PT quer investigar, por meio de uma CPI, todas as contas das campanhas de 98 ao governo.

Corrente da alegria
Na tentativa de acuar os partidos que o fustigam na CPI do bicho, o PT levanta outra dúvida sobre a campanha do PDT de 98. Diz que o partido declarou à Justiça Eleitoral ter recebido R$ 800 mil de "simpatizantes".

Múltiplo uso
Uma das muitas cenas insólitas no julgamento dos acusados de matar o índio Galdino, em Brasília, ocorreu após um problema no computador do fórum. A juíza Sandra de Santis virou-se para o corpo de jurados e perguntou, candidamente: "Alguém de vocês é taquígrafo?".

Lei da mordaça
O juiz Hugo Cavalcante Melo Filho foi denunciado ao Conselho Superior da Justiça do Trabalho pelo TRT do Maranhão. O presidente do tribunal, Alcebíades Tavares Dantas, pede a expulsão ou aposentadoria do juiz pelo fato de ele ter exigido publicamente providências contra a prática de nepotismo.

Intriga de cima
Suspeita-se na Justiça do Trabalho que a queixa tenha sido apresentada contra Melo por estímulo de Almir Pazzianotto, presidente do TST. Melo é presidente da Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho), adversária da cúpula do TST.

TIROTEIO

De Roberto Requião (PMDB), sobre o comportamento da Executiva do PFL no caso de caixa dois na campanha de Cassio Taniguchi (PFL-PR):
- Não creio que o PFL vá deixar de investigar o assunto. Não vamos generalizar, dizendo que é um partido de corruptos. Deve ter três ou quatro pessoas sérias.

CONTRAPONTO

Sintonia com o eleitor

Em 1968, os candidatos Antônio Rodrigues e Vingt-Un Rosado disputavam a Prefeitura de Mossoró (RN).
Aluízio Alves, cacique político do Estado, correu para tentar salvar a candidatura de Rodrigues, que perdia nas pesquisas por 4.000 votos. No último comício, abordou diretamente o alcoolismo do candidato, uma das causas da sua rejeição. Depois de enumerar as razões pelas quais as pessoas bebem, pediu que a platéia imaginasse como o rival, Vingt-Un, se eleito prefeito, trataria um bêbado que fosse procurá-lo no gabinete. Segundo Alves, ele nem seria atendido.
Alves pediu então que a platéia pensasse num outro cenário:
- Imaginem o Toninho prefeito. O assessor diz que tem um bêbado querendo dar uma palavrinha. O prefeito ordena: "Mande logo o colega entrar!".
Foi uma gargalhada geral. Rodrigues venceu por 98 votos.


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