São Paulo, segunda-feira, 11 de novembro de 2002

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Banco rebate críticas à metodologia

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Mundial afirma que polêmicas sobre a metodologia usada para calcular o número de pobres no mundo são comuns. Para mostrar que a opinião do professor da LSE, Robert Wade, não é um consenso, a assessoria de imprensa do banco se referiu a um recente livro que argumenta exatamente o contrário de Wade.
Segundo o livro "Imagine There"s No Countries", de Surjit Bhalla, diretor da Oxus Research and Investment, com sede na Índia, o Banco Mundial superestimou deliberadamente o número de pobres no mundo para conseguir mais recursos de seus sócios.
Segundo um dos principais economistas do banco, Peter Lanjouw, "a metodologia que o Banco Mundial usa é meticulosamente documentada e muito transparente. Existe amplo espaço para escrutínios detalhados e para checagens independentes".
De acordo com o economista do Bird, o banco jamais deixou de divulgar a forma como calcula os seus número. Segundo Wade, o Bird não foi transparente sobre a divulgação da nova metodologia.
Lanjouw, porém, não soube responder se os números de pobres de 1980 e de 1998 foram compilados com metodologias diferentes. Essa é a questão central para a tese de Wade. Segundo a assessoria de imprensa do Banco Mundial, Martin Ravallion, o maior especialista do banco em pobreza, estava viajando e não estava disponível para discutir essa questão.
Lanjouw declarou, no entanto, que toda vez que há mudanças nas metodologias o banco recalcula os dados antigos para atualizá-los, o que permite comparações consistentes ao longo do tempo. Mas não esclareceu se a atualização foi feita até 1980.
Lanjouw enfatizou que a parte técnica do banco não é permeável a questões políticas. "Se existe ou não uma pressão para mostrar progresso na redução da pobreza no mundo, isso é uma questão tangencial à integridade dos cálculos usados para estimar a pobreza mundial", disse ele.
Segundo o economista, os profissionais do banco que calculam o número de pobres são reconhecidos pela comunidade acadêmica pelo cuidado e escrúpulo com que trabalham os dados.



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