São Paulo, domingo, 11 de novembro de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE painel@uol.com.br

Limpeza da área

Tião Viana (PT-AC) se pôs em campo para garantir a votação do próximo processo contra Renan Calheiros (PMDB-AL) em 22 de novembro. O presidente interino do Senado quer liquidar a fatura antes do final da licença do titular, no dia 26, e bem antes que se aproxime a votação da CPMF em plenário.
O petista já deu ciência do calendário ao próprio Renan. Além disso, está telefonando a cada um dos 81 senadores para pedir que não se ausentem de Brasília no dia 22, uma quinta-feira. Nesta semana, pressionará o presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), a marcar para quarta-feira a leitura do parecer de Jefferson Péres (PDT-AM), que será pela cassação no caso da suspeita de uso de laranjas para compra de veículos de comunicação em Alagoas.

Vai lá. De José Sarney (PMDB-AP) para Aloizio Mercadante (PT-SP) na sessão de terça, que marcou o retorno do presidente licenciado ao plenário: "Mercadante, vá cumprimentar o Renan. Ele sempre lhe tratou com respeito". Sarney insistiu, lembrando ao interlocutor a ajuda recebida de Renan "no episódio de São Paulo". Referia-se ao dossiê contra os tucanos na campanha de 2006.

Não vou. Mercadante respondeu que havia tratado Renan com toda a consideração e que pagara um "preço alto" por tê-lo defendido no primeiro julgamento. Em vez de cumprimentos, os dois trocaram olhares nada amistosos.

Na praça. Um pesquiseiro experiente define o terceiro mandato como "um produto de fácil aceitação popular e difícil de engolir pelos chamados formadores de opinião". Por isso, diz, ainda que a idéia tenha sido escanteada agora, seus promotores cumpriram com sucesso a primeira etapa: colocar o assunto na agenda. De onde ele não vai mais sair.

Lá... Quando descobriu no Iraque uma reserva de petróleo de potencial semelhante à encontrada no campo Tupi, a Petrobras foi informada pelas autoridades locais de que, por razões estratégicas, não haveria como a empresa deixar de dividir a produção com o país.

...como cá. Relatada pela cúpula da Petrobras a integrantes do governo, a história da reserva do Iraque tem sido lembrada nas discussões internas como argumento em defesa das mudanças que serão feitas no modelo de licitação no setor de petróleo.

Pesado. De um cardeal tucano sobre o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli: "É o Pizzolato do óleo".

Holofote. Os tucanos fizeram as contas e concluíram que, com as idas e vindas da negociação para prorrogar a CPMF, faturaram um volume de mídia que não tinham desde a campanha de 2006. Agora, querem esticar ao máximo essa janela de oportunidade.

Maior força. Alguns dos tucanos "fernandistas" mais entusiasmados com a possibilidade de Geraldo Alckmin concorrer na capital em 2008 sonham na verdade em herdar a vaga do ex-governador na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes em 2010, caso seja José Serra o candidato do partido à Presidência.

Bem longe. Em reunião de autoridades federais e locais para tratar do projeto olímpico Rio-2016, discutia-se qual dos presentes representaria o Brasil em Pequim-2008. "Podem emitir a passagem do Eduardo Paes", brincou Cesar Maia (DEM). À revelia do prefeito, o neopeemedebista e secretário estadual de Esporte tenta ser candidato no ano que vem. Paes teria de se desincompatibilizar em abril. Os Jogos serão em julho.

Escala. No próprio PT, a candidatura do ministro Luiz Marinho (Previdência) em São Bernardo é vista como instrumento para alavancar uma outra, de deputado federal, dois anos depois. A aposta geral é na eleição de Maurício Soares (PSB), candidato do prefeito William Dib (PSB).

Tiroteio

Já assisti a pelo menos dois fechamentos de questão do DEM em que, no plenário, viu-se que o partido não estava tão fechado assim.


Da líder do PT no Senado, IDELI SALVATTI (SC), segundo quem a falta de unidade da oposição pode ajudar o governo a aprovar a CPMF.

Contraponto

Parque Jurássico

Além de presenciar o anúncio da maior reserva já descoberta pela Petrobras, a comitiva que acompanhou o presidente da República à sede da empresa, na quinta-feira, foi brindada com uma aula sobre formação da Terra e prospecção de petróleo. O diretor de Exploração e Produção da empresa, Guilherme Estrella, procurou justificar a abundância de detalhes no filme exibido aos presentes:
-É que os geólogos gostam de contar histórias. Histórias que se passaram 164 milhões de anos atrás...
Ao que Lula completou:
-Igual aos políticos. A única diferença é que as nossas histórias são um pouco mais recentes...


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