No Chile, presidente se reúne com Evo Morales e fala em entrar para a Opep

Presidente disse ter ainda esperança de sucesso nas negociações com o PSDB em relação à CPMF, apesar de a relação "não ser fácil"

RODRIGO RÖTZSCH
ENVIADO ESPECIAL A SANTIAGO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem em Santiago que a descoberta das reservas de petróleo pela Petrobras é "uma dádiva de Deus" e que permitirá que o Brasil entre na Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) em um futuro próximo.
"É o coroamento de um país que por tanto tempo esteve a ponto de desabrochar e, muitas vezes, murchava. Essa descoberta de uma reserva excepcional, de um petróleo de qualidade, de muito gás, coloca o Brasil em uma situação privilegiada", afirmou, na saída do hotel onde estava hospedado.
"Logo, logo o Brasil vai participar da Opep. E obviamente que, se o Brasil participar da Opep, vamos brigar um pouco para que baixe o preço do petróleo. Porque é uma contribuição que os países ricos em petróleo podem dar", completou.
O presidente se reuniu ontem com o boliviano Evo Morales, antes de deixar a capital chilena, onde participou da 17ª Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e Governo.
Lula disse que a descoberta fez com que fosse tratado com "uma certa deferência". "Eu obviamente fui tratado com uma certa deferência porque não é sempre que o Brasil pode ser denominado magnata do petróleo. Eu agora sou chamado de xeique do petróleo."
Questionado se o anúncio incomodou o venezuelano Hugo Chávez, cujo país é o maior produtor de petróleo da América do Sul, Lula respondeu: "O Chávez brincou muito comigo.
Além de Morales, Lula se reuniu ontem com o presidente e o primeiro-ministro de Portugal, Anibal Cavaco Silva e José Sócrates, e com o vice-presidente de Cuba, Carlos Lage.
Lula disse ter ainda esperança de sucesso na negociação com o PSDB para a prorrogação da CPMF, embora tenha dito que a relação "não é fácil".






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