São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Só pensam naquilo

Porta-voz do baixo clero da Câmara, Inocêncio Oliveira (PR-PE) protocolou no TSE um pedido de informação no qual indaga "se os prefeitos eleitos podem mudar de partido" e qual a aplicação "das regras estabelecidas para a troca". Nada indica que o tribunal vá facilitar a vida dos infiéis, mas o pedido, quase simultâneo a outro de conteúdo semelhante do nanico PT do B, dá a medida do grau de mobilização dos congressistas para criar a janela de 30 dias durante os quais a mudança de legenda ficaria livre de qualquer sanção.
Articulador do governo para a reforma política, Flávio Dino (PC do B-MA) calcula que cerca de 50 deputados farão uso da janela. A maioria, hoje em partidos médios, migraria para o PMDB. Mas também PSDB e DEM teriam algum ganho, devido a interesses locais.



Deixa estar. Na berlinda por ter defendido que crimes de tortura estão cobertos pela Lei da Anistia, José Antonio Toffoli não deve decidir nesta semana se muda seu parecer, como querem os ministros Tarso Genro (Justiça) e Paulo Vannuchi (Direitos Humanos), ou se o mantém. Para esfriar o debate, o advogado-geral da União vai esperar o plenário do STF pautar o tema.

Tô fora. O Planalto fez chegar aos ouvidos de Gilmar Mendes que desaprovou a declaração de Paulo Vanuchi, segundo quem o presidente do STF teria sido "simpático à ditadura" ao dizer, dias atrás, que "também o crime de terrorismo é imprescritível".

Villa Daslu. Enquanto Lula visitava ontem a Câmara dos Deputados da Itália, os ministros que o acompanham em Roma tiveram a tarde livre e foram às compras. Na volta, o mais abarrotado era Nelson Jobim: o titular da Defesa portava cinco sacolas, a maior delas da Salvatore Ferragamo.

Credenciais. Apontado pelo ministro Tarso Genro como nome natural para chefiar a Corregedoria da Polícia Federal, que investiga os responsáveis pela Operação Satiagraha, Valdinho Caetano, ex-diretor da corporação no Rio, tem histórico de cerco a políticos. A lista inclui o ex-deputado Álvaro Lins, o vereador Jerominho e o ex-governador Anthony Garotinho, todos peemedebistas.

Canetada 1. O juiz federal Fausto De Sanctis e seu adjunto, Márcio Rached, foram questionados pelas operadoras de telefonia sobre a extensão e o mérito dos pedidos de quebra de sigilo que avalizaram durante a Satiagraha.

Canetada 2. Num documento, a Nextel cobra "prazo de vigência" da quebra e defende a "necessidade de decisão individualizada" para fornecer históricos de chamadas. Em outro, responde a um pedido de cancelamento do monitoramento de linha informando "não haver interceptação vigente" no período.

Sorry. Prefeito eleito do Rio, Eduardo Paes (PMDB) voltou atrás na promessa de dar a um apadrinhado de Marcelo Crivella (PRB) a Secretaria de Habitação, cobiçada pelo senador em razão de seu projeto Cimento Social. A pasta deve ficar com Jorge Bittar, do PT.

DNA. O ex-tucano Paes deve nomear mais um secretário ligado ao PSDB. Sérgio Dias, sub da Fazenda no governo Marcelo Alencar (1995-98), é favorito para o Urbanismo.

Tomou gosto. Apontado como possível candidato ao governo paulista, Fernando Haddad (Educação) defendeu, em seminário com prefeitos do PT promovido pelo deputado João Paulo Cunha, que o partido "recupere o apoio da classe média".

Decálogo. O governo de SP distribuirá aos prefeitos do Estado cartilha com "os 10 mandamentos de uma transição de contas tranqüila". Segundo o texto, "uma transição bem feita evita a descontinuidade de ações, projetos e programas em andamento".

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Em nome de combater supostas ilegalidades, estão sendo utilizados expedientes ilegais contra Protógenes Queiroz. Há uma total inversão de valores."

Do deputado federal IVAN VALENTE (PSOL-SP), sobre o esperado indiciamento do delegado pela corregedoria da Polícia Federal.

Contraponto

Quanta diferença!

Encontraram-se na Câmara dos Deputados, durante evento realizado na quarta-feira passada, os pernambucanos José Múcio Monteiro e Roberto Freire, que não se viam fazia muito tempo.
-Sua aparência está ótima, Roberto!-, elogiou o ministro das Relações Institucionais.
-Muito obrigado. E olhe que eu nem coloquei cabelo-, respondeu o presidente do PPS, numa referência ao recente implante a que Múcio se submeteu.
O ministro levou na brincadeira:
-Eu também não. O meu cresceu sozinho...


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