São Paulo, quarta-feira, 11 de dezembro de 2002

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TRANSIÇÃO

Empresários e economistas dizem que proximidade com Lula ajudarão petista a comandar economia do país

Empresários elogiam moderação de Palocci

DA REPORTAGEM LOCAL

A confirmação do nome do coordenador da equipe de transição, Antonio Palocci Filho, para ocupar o Ministério da Fazenda no governo do PT foi vista com otimismo por empresários e economistas ouvidos pela Folha.
Para o empresariado, a moderação e a proximidade com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, são as principais qualidades de Palocci para comandar a economia do país.
"Palocci soube colocar com precisão os temas mais relevantes da campanha, mostrando ao mercado compromissos com a integridade dos contratos, com o combate à inflação, com a manutenção da responsabilidade fiscal e do superávit primário das contas públicas", afirmou o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Horácio Lafer Piva.
Segundo Piva, a capacidade e a disposição do futuro ministro de dialogar com o empresariado também será positiva para o país. "Certamente ele saberá se posicionar de tal maneira que possa administrar as demandas, principalmente aquelas referentes aos gastos públicos, inserindo na escassez o projeto do presidente eleito Lula", disse.
O presidente do conselho de administração da Cia. Suzano de Papel e Celulose, Boris Tabacof, ressaltou a proximidade com Lula como um aspecto relevante.
"É uma pessoa que demonstrou bom senso e moderação. E é isso que precisamos, principalmente neste momento pelo qual o Brasil passa", disse Tabacof, que destacou a importância de o novo governo estipular, o quanto antes, as novas metas de inflação e o compromisso com a política fiscal.
Além de também ter destacado como um ponto importante o fato de Palocci ser "um homem da confiança de Lula", o economista e ex-ministro do Planejamento durante o governo de João Figueiredo (79-85), Delfim Neto, afirmou que as idéias do futuro ministro para a área econômica são "muito corretas". "Acho que foi uma boa escolha. Fico alegre com esta indicação", disse.
Na avaliação do ex-presidente do Banco Central entre 1995 e 1997, Gustavo Loyola, Palocci tem idéias claras sobre a situação macroeconômica. "Além de ter um bom diagnóstico do setor, ele sabe a política econômica que deve ser adotada a partir de janeiro, compromissada com a responsabilidade fiscal e monetária."
Um dos empresários que anunciou apoio a Lula ainda na campanha, Lawrence Pih, presidente do Moinho Pacífico, elogiou a indicação, mas disse que o PT "terá dificuldades com as taxas de juros e a inflação no primeiro ano de governo". "Há pouco espaço para mudanças. Palocci é um homem de pulso que terá de segurar esse rojão", disse.
Para Carlos Eduardo Sobral, presidente do Forex (entidade que reúne empresas que atuam no exterior), o futuro ministro, apesar de não ser um "homem do mercado", acabou conquistando este devido ao tom "moderado".


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