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TRANSIÇÃO
Empresários e economistas dizem que proximidade com Lula ajudarão petista a comandar economia do país
Empresários elogiam moderação de Palocci
DA REPORTAGEM LOCAL
A confirmação do nome do
coordenador da equipe de transição, Antonio Palocci Filho, para
ocupar o Ministério da Fazenda
no governo do PT foi vista com
otimismo por empresários e economistas ouvidos pela Folha.
Para o empresariado, a moderação e a proximidade com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da
Silva, são as principais qualidades
de Palocci para comandar a economia do país.
"Palocci soube colocar com precisão os temas mais relevantes da
campanha, mostrando ao mercado compromissos com a integridade dos contratos, com o combate à inflação, com a manutenção da responsabilidade fiscal e
do superávit primário das contas
públicas", afirmou o presidente
da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Horácio Lafer Piva.
Segundo Piva, a capacidade e a
disposição do futuro ministro de
dialogar com o empresariado
também será positiva para o país.
"Certamente ele saberá se posicionar de tal maneira que possa
administrar as demandas, principalmente aquelas referentes aos
gastos públicos, inserindo na escassez o projeto do presidente
eleito Lula", disse.
O presidente do conselho de administração da Cia. Suzano de Papel e Celulose, Boris Tabacof, ressaltou a proximidade com Lula
como um aspecto relevante.
"É uma pessoa que demonstrou
bom senso e moderação. E é isso
que precisamos, principalmente
neste momento pelo qual o Brasil
passa", disse Tabacof, que destacou a importância de o novo governo estipular, o quanto antes, as
novas metas de inflação e o compromisso com a política fiscal.
Além de também ter destacado
como um ponto importante o fato de Palocci ser "um homem da
confiança de Lula", o economista
e ex-ministro do Planejamento
durante o governo de João Figueiredo (79-85), Delfim Neto, afirmou que as idéias do futuro ministro para a área econômica são
"muito corretas". "Acho que foi
uma boa escolha. Fico alegre com
esta indicação", disse.
Na avaliação do ex-presidente
do Banco Central entre 1995 e
1997, Gustavo Loyola, Palocci tem
idéias claras sobre a situação macroeconômica. "Além de ter um
bom diagnóstico do setor, ele sabe
a política econômica que deve ser
adotada a partir de janeiro, compromissada com a responsabilidade fiscal e monetária."
Um dos empresários que anunciou apoio a Lula ainda na campanha, Lawrence Pih, presidente do
Moinho Pacífico, elogiou a indicação, mas disse que o PT "terá
dificuldades com as taxas de juros
e a inflação no primeiro ano de
governo". "Há pouco espaço para
mudanças. Palocci é um homem
de pulso que terá de segurar esse
rojão", disse.
Para Carlos Eduardo Sobral,
presidente do Forex (entidade
que reúne empresas que atuam
no exterior), o futuro ministro,
apesar de não ser um "homem do
mercado", acabou conquistando
este devido ao tom "moderado".
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