São Paulo, segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

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Painel

Renata Lo Prete - painel@uol.com.br

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A declaração, feita por Tasso Jereissati, de que o PSDB apoiará a candidatura de José Agripino à presidência do Senado deve ser tomada como uma satisfação pública ao parceiro PFL, nada mais. Em privado, a maioria da bancada tucana manifesta a intenção de reconduzir ao posto Renan Calheiros (PMDB-AL), que por sua vez não se cansa de lembrar seu papel na eleição de Téo Vilela em Alagoas e o fato de que esse Estado foi o único onde José Serra venceu em 2002.
A inclinação do PSDB mudará se Agripino ganhar musculatura e exibir chances robustas de vitória. Mas os tucanos só pegarão o bonde andando. Não estão dispostos a empurrá-lo. Na Mesa Diretora e fora dela, consideram-se muito bem servidos com Renan.

Um otimista. A última edição do "Senadômetro", medição instituída por Cesar Maia em seu "ex-blog", coloca Agripino ligeiramente à frente de Renan. Homem de fé, o prefeito do Rio contou todos os votos da bancada do PSDB a favor do candidato pefelista.

Vingança. O PMDB no Senado ameaça sentar em cima da recém-votada indicação do deputado Aroldo Cedraz (PFL-BA) para o Tribunal de Contas da União, em represália ao fato de a Câmara se recusar a aprovar a nomeação de Luiz Otávio (PA).

Nem vem. De olho na movimentação peemedebista, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) mandou recado a Renan, que está em fase de conceder tudo a todos: quer celeridade máxima na aprovação de Cedraz para o TCU.

Espírito HH. A recente beligerância de Patrícia Saboya (PSB-CE), que comprou briga feia com o governo em defesa da construção de uma siderúrgica no Ceará, levou os senadores a uma conclusão bem-humorada: segundo eles, Heloisa Helena (PSOL-AL) vai deixar a Casa, mas já encontrou substituta à altura.

Agora vai. Oposicionistas com assento na CPI dos Sanguessugas acreditam que, passada a campanha eleitoral, o senador Amir Lando (PMDB-RO) está se sentindo menos pressionado e poderá produzir um relatório final que não seja pura decepção.

Quase famosa. Ana Paula Cardoso Vieira, atriz que teve o telefone celular utilizado pelo petista Hamilton Lacerda nas tratativas para a compra do dossiê contra José Serra, está em cartaz em São Paulo com a peça "Qualquer Gato Vira-Lata tem uma Vida Sexual mais Sadia que a Nossa".

Plantão médico. Paulo Maluf (PP-SP) quebrou o pé esquerdo. O deputado eleito sofreu uma queda durante o final de semana em sua casa de Campos do Jordão.

Em casa. Orestes Quércia não quer correr riscos. A eleição do próximo domingo para escolher o comando do PMDB paulista, na qual será desafiado pelo deputado estadual Jorge Caruso, acontecerá no hotel Jaraguá, de propriedade do ex-governador.

Hospedeiro. O PSDB do senador Sérgio Guerra, que agora deu para lembrar a toda hora seu passado "arraesista", vai receber deputados estaduais do PFL e do PMDB. Os parlamentares querem um caminho da oposição para a base de apoio a Eduardo Campos, neto de Miguel Arraes.

Passarela. O abre-alas do governo de Eduardo Campos será um programa de desenvolvimento para os 40 municípios pernambucanos de mais baixo IDH. O 40 é alusão ao número do PSB.

Tabuleiro. Indicado para o TCE do Paraná, Orlando Pessuti, vice de Roberto Requião e peemedebista como o governador, recusou a vaga de olho em 2010. Quer assumir o governo nos últimos meses de mandato e tentar reeleição. A vaga no tribunal ficou com o presidente da Assembléia, o tucano Hermas Brandão.

Tiroteio

O Supremo desmascarou as fusões sem programa e frustrou os partidões sem coerência que tentam dominar a política brasileira.


Do deputado federal IVAN VALENTE (PSOL-SP) sobre a decisão do STF que derrubou a cláusula de barreira, regra que estabeleceria limites severos à atuação dos pequenos partidos no país.

Contraponto

Figurino

Em seu livro "Nervos de Aço", Roberto Jefferson conta um episódio ocorrido em 1996 quando relatou, a pedido de Marta Suplicy, o projeto de união civil dos homossexuais. Alvo de ferrenha oposição dos setores mais conservadores da Câmara, o texto até hoje não foi aprovado em plenário. Mas passou em comissão especial, o que à época motivou uma saudação do ativista Luiz Mott a Jefferson:
-Deputado, essa caneta de ouro lembra o momento em que a Lei Áurea foi assinada. O senhor assina com essa pena a Lei Áurea do Movimento Homossexual do Brasil!
-Professor Mott, espere aí. Prefiro deixar o papel de princesa Isabel para nossa Marta Suplicy.


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