São Paulo, Quarta-feira, 12 de Janeiro de 2000


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PAINEL

O cacique baiano...

Quando ACM, presidente do Senado, procurou Michel Temer, anteontem, o presidente da Câmara já havia conversado com FHC. Na segunda, Temer e o presidente afinaram a posição sobre o projeto que limita a edição de medidas provisórias.

...está isolado

O pefelista ACM foi a Michel Temer (PMDB) na tentativa de fazer um acordo contra FHC, que não deseja que o projeto sobre medidas provisórias seja votado exatamente como saiu do Senado. O peemedebista optou pelo consenso, o que significa negociar com o governo.

Tapete puxado

De estilos parecidos, FHC e Temer não costumam brigar abertamente. Preferem atacar nos bastidores. A dobradinha que isolou ACM na batalha das MPs deve ser reeditada. O pefelista, dizem no Planalto, está sentindo o chão faltar. Auxiliares de FHC julgaram sua ida a Temer um ""ato de desespero".

Começou quente

O governo demonstrou força ontem, reunindo mais de 470 deputados na Câmara. Se o quórum se mantiver, aprova hoje o DRU (Desvinculação de Receita Orçamentária), que substitui o FEF (Fundo de Estabilização Fiscal). Na prática, ele permite a FHC abocanhar recursos de Estados e municípios.

Não frita, incinera

De um tucano histórico, sobre FHC ter confirmado Elcio Alvares no cargo de ministro da Defesa: ""Toda vez que o presidente elogia um auxiliar, janta ou almoça com ele e diz que está mais firme do que nunca, tenho certeza de que o coitado já está com a cabeça na bandeja".

Temor presidencial
FHC deixará para a última hora a confirmação de sua presença em São João Del Rei (MG), no próximo sábado, quando serão comemorados 15 anos de eleição de Tancredo para presidente, no Colégio Eleitoral. O mistério seria necessário para desmobilizar manifestações que podem ser preparadas pelo governador Itamar.

As aparências enganam
Como se não estivesse sendo fritado por FHC e auxiliares presidenciais, Elcio Alvares (Defesa) almoçou ontem com Andrea Matarazzo (Comunicação Social) para discutir verbas publicitárias para os militares. Estava acompanhado dos comandantes das três Forças.

Recibo de guerra fiscal

Apesar de a assessoria do pefelista Jaime Lerner dizer que ""nunca houve proposta oficial" a empresas de outros Estados para que se instalassem no Paraná, uma firma paulista tem uma carta assinada pelo governador oferecendo mundos e fundos para deixar São Paulo.

Não me diga

Pela enésima vez, Legislativo, governos estaduais e equipe econômica fizeram uma reunião sobre reforma tributária. Pela enésima vez, ela foi considerada ""produtiva", mas não se chegou a um consenso devido a uma resistência da União.


Fim de férias
Tápias (Desenvolvimento) interrompeu as férias para retomar as negociações sobre reforma tributária. Cada vez mais mal-humorado nas reuniões, atua como o principal interlocutor de Covas (SP) para esse assunto no governo federal.

Opinião dos alagados
Na semana que vem, o governo faz uma pesquisa de opinião para medir o estrago que as enchentes causaram na imagem de FHC. O Planalto torce para que a visita-relâmpago do presidente ao sul de Minas Gerais tenha surtido algum efeito.

Promissória cultural
O novo modelo de patrocínio cultural do governo prevê que o dinheiro só será liberado quando o produtor beneficiado obtiver todos os recursos necessários para a execução do projeto. Até lá, ele terá que se contentar com uma garantia oficial de que o dinheiro será aplicado.

TIROTEIO

De Maluf, sobre Covas ter dito que ele ""deveria ter se aposentado", ao comentar o processo malufista contra o governo do Estado de SP (Maluf pede indenização por ter sido acusado da paternidade de uma menina de 9 anos):
- Não me aposento porque em 2002 pretendo corrigir as mazelas e irregularidades do maior ladrão de vidas de São Paulo, que é Covas, com sua política de insegurança pública.

CONTRAPONTO
Deitado no sofá
Prefeito de São Paulo, Jânio Quadros foi almoçar em 1988 na casa do empresário Maurício Kahale.
Assim que chegou, o prefeito percebeu que havia um carro estacionado sobre a calçada. Imediatamente, mandou que um guarda civil metropolitano aplicasse uma multa.
-Prefeito, esse carro é do nosso anfitrião -alertou seu secretário particular, Renato Tuma.
Jânio não perdeu a pose:
-Então, diga ao seu amigo que retire o veículo imediatamente!
Meia hora depois, ainda constrangido, o empresário avisou que o almoço já estava sendo servido.
Jânio se sentou e foi logo pedindo ao seu secretário que passasse a travessa de quibes.
Tuma serviu dois quibes no prato do prefeito.
Olhando bem para o empresário, Jânio disparou:
- Renato, nós não estamos em sua casa. Não precisa fazer miséria. Pode colocar mais!


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