São Paulo, segunda-feira, 12 de janeiro de 2004

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PAINEL

Dedo de Duda
Lula pediu a seus ministros uma agenda de inaugurações de obras públicas em 2004. O presidente quer exibir marcas concretas de sua gestão para ajudar os candidatos na eleição de outubro. Para variar, segue a orientação de Duda Mendonça.

Agenda eleitoral
Lula acertou com Ciro Gomes quatro inaugurações de adutoras e projetos de irrigação entre janeiro e fevereiro. Já teve conversas semelhantes com Anderson Adauto (Transportes), Humberto Costa (Saúde) e Cristovam Buarque (Educação).

Força do marketing
A CUT também entrou na onda marqueteira. Em reunião, seus dirigentes decidiram: "Fortalecer suas políticas de comunicação para tornar visível à sociedade o projeto político emancipatório da classe trabalhadora".

Olho na Esplanada
Sem Paulo Maluf, lideranças do PP reúnem-se amanhã, em Recife, para unificar o discurso na negociação com o Planalto da reforma ministerial. Na quarta, serão recebidos por José Dirceu.

Sereia petista
Nas palavras de um cacique pepista, é preciso "cautela" para resistir ao "canto da sereia" de José Dirceu. Para ir à Esplanada, o PP teria de votar unido a favor do governo. Hoje, um quinto dos 49 deputados vota contra.

Perdido por aí
Indicado por Hélio Costa (PMDB), Francisco de Oliveira Filho deveria ter assumido um cargo na direção da Agência Nacional de Transportes Terrestres em 29 de outubro. Não apareceu e sua nomeação caducou.

Tudo em paz
O clã Sarney decidiu lançar Ricardo Murad (PSB), gerente Metropolitano do governo estadual, à Prefeitura de São Luís. O PFL deverá indicar o vice. Cunhado de Roseana, Murad era um dos maiores opositores à família Sarney até o ano passado.

Aos amigos, tudo
Ex-integrante da tropa de choque de Celso Pitta, o vereador Wadih Mutran (PP) teve multas anistiadas pela administração Marta Suplicy uma semana após ter sido eleito -com aval da prefeita- para a Mesa Diretora da Câmara Municipal.

Jurisprudência petista
Mutran recebeu 26 multas em 2001 por não limpar muros com propaganda política. Em dezembro de 2003, Carlos Ayuarte, o administrador regional que indeferiu recurso do vereador, o anistiou. "Há jurisprudência."

Fila de espera
O governador Geraldo Alckmin aceitou que os secretários que pretendem disputar as eleições fiquem em seus cargos até abril, prazo-limite segundo a Lei Eleitoral. Marta Suplicy antecipou a mudança para este mês.

Disputa no interior
Há no governo Alckmin dois prováveis candidatos em 2004. Barjas Negri (Habitação) deve disputar a Prefeitura de Piracicaba. Duarte Nogueira (Agricultura) busca apoio do PSDB para concorrer em Ribeirão Preto.

Costura mineira
A cúpula do PSDB tenta convencer Eduardo Azeredo a disputar a Prefeitura de Belo Horizonte. O partido o considera a única possibilidade de derrotar o petista Fernando Pimentel, que sonha com o apoio do governador Aécio Neves.

Toma lá, dá cá
O prefeito de Recife, João Paulo (PT), tenta atrair o PSB para seu palanque ainda no primeiro turno. Em troca, o PT promete retirar seus candidatos a prefeito em Petrolina, Caruaru, Carpina e Palmares em favor do PSB.

Novos aliados
As negociações para uma aliança entre PT e PMDB na eleição de Curitiba está quase fechada. Os peemedebistas devem indicar Eleonora Fruet, secretária do Planejamento do Paraná, para vice de Angelo Vanhoni (PT).

TIROTEIO

Do deputado Walter Pinheiro (PT-BA), sobre a Bahia reclamar do governo federal:
-O carlismo baiano, que sempre tratou seus adversários a pão e água, não tem do que reclamar. Está sendo tratado pelo governo petista a pão-de-ló.

CONTRAPONTO

Discurso bom

Semanas atrás, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, aborreceu-se ao participar de uma solenidade no Palácio dos Bandeirantes que se prolongou por mais de uma hora. O motivo foi o número de oradores na cerimônia que resolveram aproveitar o evento para mandar seu recado aos presentes.
Na tentativa de evitar futuros atrasos em sua agenda, Alckmin recorreu a uma história protagonizada por Mário Covas.
No seu segundo mandato como governador de São Paulo, Covas teve de enfrentar situação semelhante à vivida por Alckmin. Tido como bom orador, Covas não suportava discursos longos e costumava manifestar sua contrariedade.
Um dia, após esperar por mais de 40 minutos pelo término de um discurso, Covas foi sucinto quando chegou a sua vez:
-Há dois tipos de discurso: o bom e o longo.



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