São Paulo, sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

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Divergências se acumulam desde processo eleitoral

DA REPORTAGEM LOCAL

O anúncio do apoio tucano à candidatura de Arlindo Chinaglia (PT) para comandar a Câmara dos Deputados escancarou a crise interna que divide o PSDB desde o período pré-eleitoral de 2006, quando Geraldo Alckmin derrotou José Serra na disputa pela vaga de presidenciável tucano. Serra já havia disputado a eleição presidencial em 2002 com Luiz Inácio Lula da Silva e era, no início do processo, o nome mais forte da legenda.
As divergências em torno do apoio a Chinaglia também são um sinal das disputas futuras no PSDB. Alckmin e seu grupo se posicionaram frontalmente contra os governadores eleitos Serra e Aécio Neves (Minas Gerais). Essa é a polarização que deverá se refletir no embate pela presidência do partido em outubro deste ano.
O entorno de Alckmin recusa-se a apoiar o petista para a presidência da Câmara e ganha a adesão de nomes ligados ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que temem a cooptação dos tucanos pelo Planalto e trabalham para defender o legado de FHC.
O ex-presidente, segundo seus aliados, não aprovou o anúncio do apoio a Chinaglia. Pela manhã, ele já havia dito em entrevista à rádio Jovem Pan que qualquer decisão neste momento seria prematura.

Linha auxiliar do PT
"Não podemos ser linha auxiliar do PT", disse o deputado Silvio Torres (SP), um dos mais próximos a Alckmin e autor de uma carta aberta ao partido repudiando o apoio a Chinaglia. "Até o PMDB fez uma reunião antes de decidir seu apoio", disse o ex-ministro de FHC Paulo Renato Souza. Ambos defendem um candidatura alternativa a Aldo e a Chinaglia.
Em público, os deputados mais próximos de Serra e de Aécio defendem o princípio da proporcionalidade [a representação na Mesa Diretora proporcional ao tamanho da bancada], mas, reservadamente, avaliam que não seria bom para o relacionamento dos governadores com o Planalto uma "trombada" na Câmara. (JAB)


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