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Votos mais caros se concentram no interior
DA REPORTAGEM LOCAL
Os votos mais caros do país
estão longe das capitais. Levantamento feito pela Folha nas
contas dos cem principais candidatos a prefeito indicou gastos de até R$ 418 por voto conquistado, cerca de 5.000% superior à média, por exemplo,
das maiores campanhas na cidade de São Paulo. A pesquisa
comparou a despesa total declarada pelo candidato com o
número de votos que recebeu.
Apenas um candidato das capitais ficou entre os 20 maiores
gastos por voto recebido: Carlos Augusto Moreira Júnior
(PMDB), que acabou em terceiro lugar na disputa em Curitiba (PR). Sua campanha teve
custo médio de R$ 124,60 por
voto recebido. O levantamento
mostra ainda que, entre os 20
candidatos que mais gastaram,
metade não se elegeu.
Moreira, atual chefe-de-gabinete do governador Roberto
Requião (PMDB-PR), disse que
gastou pouco (R$ 2,38 milhões), em comparação com
seus adversários. "Por eu ter
vindo da vida acadêmica, não
ser muito conhecido, o gasto
reflete esse desconhecimento,
tivemos que desembolsar mais,
pois as campanhas hoje são extremamente midiáticas."
O campeão do país, em custo
por voto recebido, é Victor
Priori (PSDB), que gastou
R$ 418,37 por sufrágio e ficou
em terceiro lugar em Jataí
(GO). O maior custo por voto
de um prefeito eleito foi na
campanha de Luiz Carlos Attié
(DEM), em Cristalina (GO)
-R$ 137,62 por cada voto.
O principal argumento dos
candidatos não eleitos ou prefeitos recém-empossados que
tiveram campanhas com alto
custo por voto é que não houve
caixa dois na campanha, todos
os gastos foram contabilizados.
Na outra ponta, entre os que
menos gastaram por voto, estão seis candidatos que concorreram em capitais. Quatro foram eleitos: Duciomar Costa
(PTB), em Belém; João Henrique (PMDB), em Salvador; José Almeida (PP), em Maceió; e
José Fogaça (PMDB), em Porto
Alegre. O menor custo por voto
no país foi o da campanha de
Fernando Gabeira (PV), segundo colocado no Rio.
Outro derrotado no primeiro
turno, o empresário Omar Resende Peres Filho (PV), dono
da afiliada da Rede Globo em
Juiz de Fora (MG), de um jornal local e de restaurante no
Rio, teve um custo médio de
R$ 81,82 por voto obtido, ou
R$ 1,44 milhão no total.
O empresário disse que foi
penalizado pela Justiça Eleitoral na campanha -ficou uma
semana fora do ar na TV porque veiculou vídeo que cobrava
uma promessa supostamente
não cumprida pelo governador
Aécio Neves (PSDB), apoiador
de seu adversário na cidade.
Com isso, diz, sua campanha
viu-se obrigada a gastar mais
com a impressão de papéis.
Segundo o coordenador da
campanha de Luiz Carlos Attié,
sua conta ficou alta porque todas as despesas foram declaradas. O prefeito de Paulínia
(SP), quarto maior gasto por
voto (R$ 115,34), também disse, via assessoria, que declarou
todos os custos. O empresário
Victor Priori não foi localizado.
As duas mais caras campanhas do país -Gilberto Kassab
(DEM), R$ 29.758.706, e Marta
Suplicy (PT), R$ 21.025.198-
ficaram entre as 20 menores,
em termos de gasto por voto
conquistado. Kassab gastou R$
7,85 por voto e Marta, R$ 8,57.
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