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Rádios barram nova eleição, aponta estudo
DA REPORTAGEM LOCAL
As chances de reeleição
de prefeitos que tiveram
apontados indícios de corrupção ou irregularidades
diminui mais quando há
rádios locais na cidade.
A conclusão faz parte de
um trabalho feito pelos
economistas Claudio Ferraz, da PUC-RJ, e Frederico Finan, da UCLA (Universidade da Califórnia,
em Los Angeles).
Os dois analisaram relatórios de fiscalização da
CGU (Controladoria Geral
da União) em 2003 e 2004.
Segundo a análise, a queda
é maior quanto mais irregularidades apontadas. A
chance de reeleição caía
seis pontos percentuais
quando havia duas irregularidades apontadas.
Quando havia uma rádio
no local auditado, a chance
caía mais -11 pontos.
Os professores lembram
ainda que auditorias positivas para o prefeito e as
negativas são exploradas
no período eleitoral, seja
pela situação, seja pela
oposição.
Na média, a taxa de reeleição ficou 3,6 pontos
percentuais menor quando houve auditorias apontando irregularidades. A
taxa de reeleição básica
era de cerca de 46%.
"Se pegar a média dos
municípios auditados, a
queda na reeleição não é
enorme, mas não é insignificante. Há dois elementos fundamentais: o que
foi descoberto e a divulgação disso, especialmente
pela presença de rádios locais", diz Ferraz.
"Outro ponto interessante é que, quando não
tem nenhuma irregularidade, há um grande efeito
positivo na reeleição. O
eleitor não espera zero de
corrupção. Por isso, quando não há nada de corrupção, a taxa de reeleição aumenta. É como se fosse um
prêmio ao político."
Depois de divulgar suas
auditorias, a CGU as repassa para o TCU (Tribunal de Contas da União) -
que pode pedir ressarcimentos-, para o Ministério Público e para as Câmaras Municipais. É a partir daí que podem ser pedidas punições para os prefeitos.
(FBM)
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