São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 2005

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PAINEL

Última tentativa
Depois de José Genoino, João Paulo e José Dirceu, o PT apelou para Antonio Palocci. O ministro da Fazenda conversou com José Carlos Aleluia (PFL-BA) na tentativa de convencê-lo a desistir da candidatura à presidência da Câmara para apoiar Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP).

Santa Ceia
Aleluia polidamente respondeu que não, mas há quem diga que ele cederá a apelo do PFL para desistir durante jantar amanhã no Piantella. Pelas contas do governo, somente com o apoio de parte da oposição será possível evitar o segundo turno.

Azarão
Um fator quase imponderável na corrida de cavalos da Câmara é o desempenho de Severino Cavalcanti (PP-PE). Alguns deputados estimam que o "rei do baixo clero" teria ampliado sua base de apoio nos últimos dias, avançando sobre o eleitorado de Virgílio Guimarães (PT-MG).

Cabo-de-guerra 1
Na manhã de segunda, antes da eleição da Mesa, o PMDB se reúne para definir seu candidato oficial à primeira-secretaria. Henrique Eduardo Alves (RN) conta com o apoio dos governistas. Valdemir Moka (MS) é o nome da oposição para a vaga.

Cabo-de-guerra 2
Na mesma reunião, o deputado Saraiva Felipe (MG), ligado ao ex-governador Anthony Garotinho, tentará tirar de José Borba (PR) a liderança da bancada do PMDB. Os governistas do partido trabalham intensamente, desde quinta, na tentativa de conter o movimento.

Hacker
Reformulado para os 25 anos do partido, o site do PT trazia ontem um texto de 2001 em que José Dirceu aponta a "decomposição moral e política da coalizão que governa o país, formada por PSDB, PFL e PMDB". Três anos depois, o terceiro é o fiel da balança na base de Lula.

Pacote pronto
Líderes de PFL, PTB e PPS, siglas aliadas a Geraldo Alckmin na Assembléia, fecharam acordo para a eleição de um tucano à presidência da Casa. Perde força assim o sonho petista de semear a dissidência no bloco do governo, como o partido conseguiu fazer na Câmara paulistana.

Quase lá
A bancada tucana da Assembléia deve indicar até quarta-feira, independentemente do resultado da eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, o nome de Edson Aparecido como candidato do governo para comandar a Casa até 2006.

Posto estratégico
Articuladores de Serra trabalham para que o PSDB fique à frente da Comissão de Constituição e Justiça na Câmara. Pleiteada pelo "Centrão", ela é a única com poder total de veto sobre a reforma da previdência.

Entre amigos 1
Associações de juízes criticam a idéia do presidente do STJ, Edson Vidigal, de convocar desembargadores indicados pelos membros da Corte para atuarem como ministros-adjuntos. Entendem que isso fere o princípio do juiz natural e pode estimular a troca de favores.

Entre amigos 2
A sede do STJ foi construída há dez anos para abrigar 60 ministros, mas opera com 33. Vidigal diz que o tribunal não comporta mais gabinetes e novos cargos. A Associação dos Magistrados Brasileiros recebeu protestos de entidades contra a resolução do presidente.

Anos de chumbo
A "Operação Condor", intercâmbio dos órgãos de repressão de Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai e Bolívia nos 70, vai virar filme. O projeto é do paraguaio Martín Almada, preso por dirigir uma escola que utilizava o método pedagógico do brasileiro Paulo Freire.

TIROTEIO
Do coordenador do MST Gilmar Mauro sobre a afirmação do presidente do PT, José Genoino, de que o partido, ao comemorar 25 anos, não tem dívida com os movimentos sociais:
-Ele tem razão. Quem deve é o governo petista do presidente Lula, que não cumpriu as promessas de reforma agrária.

CONTRAPONTO

Menino levado

Às turras com a esquerda petista desde o início de seu governo, Lula aproveitou a comemoração dos 24 anos do partido, em fevereiro de 2004 no Rio de Janeiro, para fazer uma reflexão sobre a trajetória da sigla.
Em um discurso realizado sob clima de grande tensão, já que no mesmo dia da festa havia estourado na imprensa o escândalo Waldomiro Diniz, o presidente começou cobrando ética dos militantes presentes.
Em seguida, passou a contar casos da fundação do PT:
-Nós éramos muito radicais, como éramos radicais! Agora, amadurecemos, mudamos-, disse, na tentativa de justificar as mudanças de posição.
Na primeira fila, o deputado Chico Alencar (RJ), da esquerda petista, abriu um sorriso maroto. E Lula não perdeu tempo:
-Todo mundo amadurece, até mesmo você vai amadurecer um dia, Chico Alencar!


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